|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Adaptações podem afetar garantia e parte elétrica, avisam técnicos
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Além do custo financeiro exigido para equipar um carro com
itens de luxo, o comprador pode
ter de arcar com o cancelamento
da garantia ou com uma remodelagem do sistema elétrico.
"Quando se colocam muitos
acessórios em um carro popular,
às vezes é necessário aumentar a
amperagem da bateria", explica
Carlos Carvalho, gerente da Carvalho Distribuidora de Baterias.
As montadoras também alertam para os perigos de alterar
demais o automóvel. Segundo
Domingo Prol Otero, gerente
de desenvolvimento elétrico e eletrônico da Volkswagen, os carros
saem de fábrica com bateria e
alternador adequados aos acessórios originais previstos.
"Se os eletrônicos instalados
saem do convencional, o balanço
energético do carro é prejudicado", alerta. Veículos em que há a
previsão de se colocar todos os
opcionais utilizam uma bateria de
60 ampères. Já os carros "populares" trazem de fábrica o equipamento na versão de 36 ampères.
Em geral, entretanto, o automóvel tem espaço para ser colocado
um acumulador de maior capacidade. Acontece que trocar a bateria pode significar ter de mudar
também o alternador para que ela
seja recarregada corretamente.
Garantia perdida
A instalação de acessórios em
oficinas não-autorizadas pode
acarretar o fim da garantia de determinados componentes do automóvel e, em casos extremos, até
do motor. Renault, Fiat e GM são
exemplos de montadoras que
adotam uma política mais rígida
em relação a itens extras.
Um pouco menos austera,
a Volkswagen aceita a instalação
de alguns componentes em seus
carros, desde que sejam homologados pela montadora e que o
sistema elétrico venha preparado
para recebê-los. "Oferecemos
a instalação de fábrica para
ar-condicionado, alarme e vidro
elétrico", esclarece Otero.
Novas instalações
Em geral, novos acessórios exigem que se coloque fiação adicional. Então, muita atenção é necessária. Um chicote (duto de fiação)
mal isolado, instalado em local
exposto ou próximo a dobradiças
-onde há perigo de o fio ser cortado-, pode traduzir-se em curtos-circuitos.
Na pior das hipóteses, há risco
até de incêndio. "Em 99% das
perícias de casos de fogo que nos
são solicitadas, a causa é um vazamento de combustível ou uma
alteração na parte elétrica do carro", relata Otero.
Além disso, colocar muitos
acessórios pode reduzir a potência do motor e aumentar o consumo de gasolina. "Módulos de potência de som e sistemas de iluminação são os maiores vilões dessa
história", destaca Flávio Pasquettu Francisco, proprietário da loja
21 Som e Acessórios. Vidros elétricos utilizam até cinco ampères
cada vez que são acionados.
Já equipamentos como o sensor
de estacionamento ou o alarme
-se não estiver disparado-
consomem milésimos de ampères. Mesmo assim, pode haver interferência no funcionamento
do carro.
Texto Anterior: Tecnologia: Itens avulsos criam carro "fora de série" Próximo Texto: Cartas Índice
|