UOL


São Paulo, domingo, 27 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Adaptações podem afetar garantia e parte elétrica, avisam técnicos

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Além do custo financeiro exigido para equipar um carro com itens de luxo, o comprador pode ter de arcar com o cancelamento da garantia ou com uma remodelagem do sistema elétrico.
"Quando se colocam muitos acessórios em um carro popular, às vezes é necessário aumentar a amperagem da bateria", explica Carlos Carvalho, gerente da Carvalho Distribuidora de Baterias.
As montadoras também alertam para os perigos de alterar demais o automóvel. Segundo Domingo Prol Otero, gerente de desenvolvimento elétrico e eletrônico da Volkswagen, os carros saem de fábrica com bateria e alternador adequados aos acessórios originais previstos.
"Se os eletrônicos instalados saem do convencional, o balanço energético do carro é prejudicado", alerta. Veículos em que há a previsão de se colocar todos os opcionais utilizam uma bateria de 60 ampères. Já os carros "populares" trazem de fábrica o equipamento na versão de 36 ampères.
Em geral, entretanto, o automóvel tem espaço para ser colocado um acumulador de maior capacidade. Acontece que trocar a bateria pode significar ter de mudar também o alternador para que ela seja recarregada corretamente.

Garantia perdida
A instalação de acessórios em oficinas não-autorizadas pode acarretar o fim da garantia de determinados componentes do automóvel e, em casos extremos, até do motor. Renault, Fiat e GM são exemplos de montadoras que adotam uma política mais rígida em relação a itens extras.
Um pouco menos austera, a Volkswagen aceita a instalação de alguns componentes em seus carros, desde que sejam homologados pela montadora e que o sistema elétrico venha preparado para recebê-los. "Oferecemos a instalação de fábrica para ar-condicionado, alarme e vidro elétrico", esclarece Otero.

Novas instalações
Em geral, novos acessórios exigem que se coloque fiação adicional. Então, muita atenção é necessária. Um chicote (duto de fiação) mal isolado, instalado em local exposto ou próximo a dobradiças -onde há perigo de o fio ser cortado-, pode traduzir-se em curtos-circuitos.
Na pior das hipóteses, há risco até de incêndio. "Em 99% das perícias de casos de fogo que nos são solicitadas, a causa é um vazamento de combustível ou uma alteração na parte elétrica do carro", relata Otero.
Além disso, colocar muitos acessórios pode reduzir a potência do motor e aumentar o consumo de gasolina. "Módulos de potência de som e sistemas de iluminação são os maiores vilões dessa história", destaca Flávio Pasquettu Francisco, proprietário da loja 21 Som e Acessórios. Vidros elétricos utilizam até cinco ampères cada vez que são acionados.
Já equipamentos como o sensor de estacionamento ou o alarme -se não estiver disparado- consomem milésimos de ampères. Mesmo assim, pode haver interferência no funcionamento do carro.


Texto Anterior: Tecnologia: Itens avulsos criam carro "fora de série"
Próximo Texto: Cartas
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.