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Em aulas exclusivas, mulher conhece bê-á-bá técnico
MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL
Equilibrar-se em duas rodas
parece fácil. Haja visto o número de motoqueiros que, todos
os dias, ultrapassam os carros
em alta velocidade, acionando
buzinas e cruzando a cidade em
uma velocidade só conseguida
por automóveis em estradas.
Mas, ao tentar pilotar uma
moto pela primeira vez na vida,
em um curso só para mulheres
promovido pela concessionária
da Honda STR Motos (www.strmotos.com.br), o maior
medo que senti foi o de cair.
O primeiro desafio foi técnico: eu achava que os freios ficavam no guidão, como na da minha Caloi Ceci com cestinha.
Mas a moto tem um freio traseiro, que é acionado pelo pé.
O freio dianteiro, que é proibido tocar nas auto-escolas e
no exame do Detran, segundo o
instrutor David Albuquerque
Teixeira, fica na mão direita.
"Um absurdo", na opinião
dele. "O que pára a moto é o
freio dianteiro, proibido de ser
usado nos exames." O mais engraçado foi descobrir que aquilo que na mão esquerda parecia
um freio, era a embreagem.
Aula prática
Depois de aprender a teoria,
desde a partida até a fazer curvas, fomos para a pista.
O instrutor explicou novamente todos os passos para ligar a moto e partir. Para me
deixar com mais segurança, ele
ficou ao meu lado e disse para
eu ligar a moto -que deve estar
em ponto neutro-, recolher o
"pezinho", apertar a embreagem e, como no carro, acelerar
e soltar a embreagem.
"Até parece", pensei. No carro, estamos protegidos por portas, vidros e cinto de segurança;
na moto, só por um capacete.
Fiz o que ele mandou: deixei
um pé no chão, como se fosse a
rodinha da minha Ceci, e fui.
Na primeira tentativa, eu soltei
a embreagem rápido demais e
acelerei com tudo, quase atropelando o instrutor.
Ele, bem humorado, disse
que é assim mesmo, que é comum acontecer. Mas, para não
matar mais ninguém de susto,
fui bem mais devagar. A moto
morreu na metade do caminho.
Nem tão rápido, nem tão devagar, consegui andar em linha
reta. "Olha para a frente", gritou o instrutor. Concentrada
no traçado do chão, não percebi
que estava quase no muro.
Depois de 20 minutos andando, quase caindo, deixando a
moto morrer, olhando para baixo e para a frente, consegui andar sozinha e até colocar a segunda marcha e fazer curvas.
Senti que, para me tornar
uma motociclista, teria de praticar arduamente. O medo ainda não passou, mas, por alguns
breves segundos em que ousei
acelerar um pouquinho, percebi o que fascina os pilotos.
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