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01/05/2008


País é promovido a grau de investimento

 

Agência Standard & Poor's dá ao Brasil classificação de destino seguro para investidores; Bolsa sobe 6,33%, maior alta desde 2002

Melhora da classificação vem antes das previsões; entrada de recursos de estrangeiros deve crescer e pressionar mais o câmbio

 

Bem antes do que previam o governo e o mercado financeiro -e após anos de espera-, o Brasil conquistou o chamado grau de investimento. Concedida ontem pela agência Standard & Poor's, a classificação é uma espécie de "selo de qualidade": indica aos investidores que o país é um destino seguro para o dinheiro, pois teria condições de honrar suas dívidas.

O efeito mais direto da mudança é o provável aumento, a partir de agora, do volume de recursos estrangeiros que entram no país, tanto para aplicações financeiras como para o setor produtivo. Alguns grandes fundos de pensão pelo mundo, por exemplo, seguem regra de só aplicar em países e empresas com esse "selo".
"A elevação reflete uma combinação de fatores. Estamos olhando para a contínua melhora dos indicadores econômicos do país e os sinais de comprometimento do governo em seguir com esse processo", explicou à Folha Lisa Schineller, diretora de "ratings" soberanos da agência.

Segundo ela, embora o Brasil continue exibindo alguns dos problemas que até o momento eram apontados como impeditivos para o grau de investimento, como os altos gastos do governo, pesaram mais na decisão o fato de a situação da economia estar progredindo e as perspectivas futuras.

"O endividamento público ainda é grande, maior do que o de outros países que obtiveram o grau de investimento antes, mas o perfil do débito melhorou. A situação fiscal não é perfeita, porém existe um pragmatismo na sua administração", afirmou Schineller. Contaram também o forte crescimento do PIB e a atuação do Banco Central para manter a inflação sob controle, de acordo com ela.

Na escala da S&P, o país subiu um degrau. A nota da dívida de longo prazo em moeda estrangeira, a mais significativa, passou de "BB+" para "BBB-". O grau de investimento tem dez subdivisões, e, com a elevação, o Brasil alcançou o nível mais baixo dentro dessa categoria, ao lado de nações como a Índia e o Cazaquistão. No topo, que é o patamar "AAA", estão países como os EUA, o Reino Unido e a Dinamarca, considerados de risco baixíssimo.

Dez empresas brasileiras também tiveram sua nota elevada pela S&P. Algumas, como o Itaú e o Bradesco, já tinham grau de investimento. O Banco do Brasil, o BNDES e a Eletrobrás passaram a detê-lo.

A expectativa do próprio governo e do mercado era a de que a elevação do país viesse apenas no segundo semestre ou no começo de 2009.

A S&P é a maior agência de classificação de risco, e espera-se que as outras duas grandes do setor logo repitam a medida tomada por ela. A Moody's Service ressaltou, ontem, que acompanha a situação fiscal do Brasil. Já a Fitch Ratings informou, por meio de comunicado distribuído à imprensa, que uma equipe de analistas está no Brasil neste momento para reavaliar a classificação do país. A promoção do país ocorre num momento em que a eficiência das agências é colocada em xeque no mundo devido às falhas na previsão da crise imobiliária e financeira nos EUA.

Reações
O governo comemorou a notícia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o país vive um "momento mágico". O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o Brasil entrou para o "clube" dos países "mais respeitados e sérios" do mundo. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ressaltou que a notícia "deve aumentar o fluxo de investimentos estrangeiros diretos ao longo do tempo".

A reação do mercado foi de euforia. A Bovespa avançou 6,3%, maior alta desde 2002, e o dólar caiu 2,4% em relação ao real, cotado a R$ 1,664.

A elevação foi recebida com surpresa por economistas. "Creio que a nota tenha sido concedida agora, em meio à crise global, porque o país mostrou que a sua economia tem condições de atravessar períodos difíceis sem entrar em recessão", comenta Marcela Meirelles, analista para a América Latina da administradora de recursos americana TCW.

Por outro lado, alguns economistas ressaltam que a nova classificação pode trazer efeitos negativos. "Com a entrada de mais capital e a oferta de crédito em expansão, a taxa de câmbio, já apreciada, pode se valorizar ainda mais", afirma Ricardo Carneiro, professor da Unicamp. A questão fiscal é vista como crucial para que o Brasil mantenha o novo "selo".

Denyse Godoy
Sérgio Dávila
Folha de S.Paulo

Leia a íntegra do comunicado da Standard & Poor's


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