Mariana Gallo
especial para o GD
É com a intenção
de ajudar na disseminação das cisternas e levar
o tema solidariedade para os estudantes que o colégio
Rainha da Paz, de São Paulo, une o aprendizado de seus
alunos ao desenvolvimento social e educacional da comunidade
de Dirceu Arco Verde, no Piauí. O projeto converge
suas ações às do programa "1 milhão
de cisternas", do governo federal, que atendeu cerca
de 90 mil famílias dos 11 estados do semi-árido
brasileiro.
"O projeto "Água
para vidas secas" mobiliza toda a escola em torno da
questão água, que é fundamental para
aquela região", contou a coordenadora, Maria Amélia
Fernandes, que acaba de voltar da última viagem ao
Piauí.
Há três anos, o colégio
arrecada dinheiro com sua festa junina para construir as cisternas.
No decorrer do ano, professores e alunos discutem a questão
em todas as disciplinas escolares. No mês de agosto,
um grupo de educadores e estudantes vai até o município
para falar sobre a importância da cisterna e o uso consciente
da água para os cerca de seis mil moradores da cidade.
Depois da viagem, os alunos se comunicam com os moradores
da região por meio de cartas e acompanham o projeto.
"Nossa intenção
não é fazer do projeto uma atitude assistencialista
e sim dar o mecanismo para que eles trabalhem", explica
a coordenadora. Para ela, a principal contribuição
do projeto é ensinar os moradores da cidade os caminhos
para que eles possam se sustentar.
Em 2005, o "Água para
vidas secas" engloba também uma parte de nutrição,
desenvolvida pelos estudantes do segundo ano do ensino médio.
Os profissionais e alunos envolvidos
no projeto observaram uma queda expressiva nos casos de virose
entre as crianças de Arco Verde e uma melhora na qualidade
de vida das famílias. Muitas famílias que pensavam
em ir embora de suas cidades por causa da seca, acabam desistindo
da idéia depois da implantação das cisternas.
Além disso, destaca-se
a importância do conhecimento de uma outra realidade
do país por parte dos estudantes. "Observamos
também que houve uma redução na mortalidade
infantil em Arco Verde", finaliza Maria Amélia.
|