Desempenho dos alunos melhorou,
dizem educadores
Bastaram dez meses de aplicação do programa
Um Computador por Aluno (UCA) na Escola Estadual Luciana de
Abreu, de Porto Alegre, com microcomputadores XO doados pela
ong One Laptop Per Child (OLPC), para deixar a educadora Léa
Fagundes empolgada com os resultados e com a perspectiva de
ver a prática se disseminar pelas escolas brasileiras.
“Crianças que fracassavam na escola melhoraram
o domínio da língua, passaram a entender informações
e a se expressar e comunicar com desenvoltura”, relata
Léa, referindo-se às análises que está
produzindo para o Ministério da Educação
como coordenadora do Laboratório de Estudos Cognitivos
(LEC) da Faculdade de Psicologia da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS), responsável pela aplicação
do projeto-piloto do UCA na capital gaúcha.
A Escola Estadual Luciana de Abreu foi a primeira das cinco
selecionadas pelo governo federal a receber os computadores,
em março do ano passado. Hoje todos os seus 400 alunos
e 50 professores dispõe do equipamento, que exigiu
mudanças na metodologia de ensino e adaptações
dos professores às novas práticas. “Mudamos
o foco e em vez de ensinar para o aluno aprender passamos
a ajudar o aluno a aprender”, comenta a educadora.
Na prática, os estudantes propõem temas, fazem
pesquisas e expõem suas dúvidas e as respostas
que encontraram num diário virtual, ao qual seus colegas
e professores têm acesso para questionar, debater e
oferecer sugestões. Nesse verão, diretores e
professores forem surpreendidos por pedidos de oficinas, feitos
por alunos interessados em manter atividades durante as férias.
Eles serão atendidos por professores voluntários.
Os resultados de Porto Alegre chamaram a atenção
de educadores em vários países. A equipe do
LEC já recebeu convite para apresentar a experiência
na Espanha, em Gana, no Uruguai, na Argentina, no Panamá
e em vários Estados brasileiros. “Estamos diante
de novas práticas pedagógicas, que podem ser
aumentadas em escala, levando o ensino da era industrial para
a era digital”, comenta Léa.
Elder Ogliari
O Estado de S. Paulo
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