Marina
Rosenfeld
especial para o GD
Para gerar riqueza e resgatar a cultura das populações
menos favorecidas, a rede Pão de Açúcar
vai comercializar ostras e produtos cerâmicos produzidos
pelas comunidades quilombolas brasileiras. Esse é o
resultado da parceria do Grupo Pão de Açúcar
e do PNUD (Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento) para beneficiar pequenas comunidades de negros
descendentes de escravos espalhadas pelo Brasil.
A parceria, conhecida como Caras do Brasil, começou
em agosto de 2003 e hoje funciona em 31 supermercados do Grupo
Pão de Açúcar. Por meio da iniciativa,
pequenas comunidades e organizações fornecem
para as lojas do grupo produtos como cerâmicas, cestas,
geléias, mel e teares, entre outros itens.
O programa, segundo o consultor da empresa e idealizador do
programa, José Pascowitch, já inclui ostras
cultivadas por uma comunidade quilombola de Cananéia,
no sul do Estado de São Paulo. “O objetivo é
ampliar nossa parceria para outros quilombolas”, afirma
o consultor. Existem hoje no Brasil cerca de mil comunidades
quilombolas. No Estado de São Paulo há mais
de 35, sendo que a maioria fica no Vale do Ribeira. Há
também outras comunidades no Litoral Norte, na região
de Sorocaba e no município de Itapeva.
A expectativa é que os grupos quilombolas forneçam
sobretudo utensílios de cerâmicas, como panelas
e vasos. O próprio supermercado vai até as comunidades
buscar as mercadorias, o que resolve um grave problema dessas
comunidades: escoamento de produtos para mercados mais distantes.
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