Mariana
Gallo
especial para o GD
Para elevar a meta de distribuição de preservativos
e, ao mesmo tempo, desenvolver as comunidades de seringueiros
do Acre, o Brasil criou a primeira fábrica de camisinhas
a usar látex de seringal nativo no mundo. A fábrica
fica em Xapuri (AC), gera 600 empregos diretos e indiretos
e deve produzir 100 milhões de preservativos por ano.
"A idéia não é só beneficiar
a distribuição gratuita de camisinhas, mas também
estimular o desenvolvimento social da região com a
economia extrativista da borracha", conta Ellen Zita,
assessora técnica do programa nacional de DST e Aids
do governo federal.
Além de empregar e organizar os seringueiros, o projeto
fornece capacitação e todo o material a ser
utilizado no trabalho. "Como esse material deve ser tratado
com muito cuidado foi dada uma série de capacitações
visando a qualidade do material e organização
para o trabalho", diz. Os seringueiros aprenderam a manusear
o látex, logística de produção
e higiene dos equipamentos.
Também foram feitas oficinas para esclarecer a comunidade
sobre o uso do preservativo e a prevenção de
doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). "Além
de esclarecer por completo com o que eles estão lidando,
as oficinas foram uma campanha de prevenção
das doenças na comunidade", explica. A capacitação
faz parte da campanha de prevenção da aids e
das DST desenvolvida em todo país.
O aumento na renda familiar, a melhoria das casas dos trabalhadores,
das estradas do lugar e na infra-estrutura dos pontos de coletas
do material são alguns dos benefícios que já
podem ser vistos na região. Depois das instalação
da fábrica, vários outros projetos foram se
desenvolvendo no entorno.
Enquanto alguns seringueiros vendem o litro do látex
a R$ 1,10, a fábrica compra o material por R$ 1,80,
aumentando o rendimento dos seringueiros e garantido uma renda
mensal. "O ganho de um seringueiro é muito baixo
quando vendido para outros centros de produção",
mas a fábrica já está revendendo parte
da produção de látex para outras empresas
de preservativo.
Desde 1997, o Brasil distribui gratuitamente preservativos
masculinos: 13,4 milhões de unidades. A meta para esse
ano é atingir um bilhão de unidades em todo
o país.
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