Marina
Rosenfeld
espcial para o GD
A Secretaria Nacional de Segurança Pública
implantará, até o final do ano que vem, 200
telecentros para formar policiais federais, civis e militares
a distância. Bombeiros e guardas municipais também
deverão ser beneficiados.
Os telecentros contarão com computadores conectados
à Internet e canais exclusivos de televisão
via satélite com programação específica
da área. O sistema permitirá a transmissão
de cursos, palestras, entrevistas e seminários, que
abordarão desde temas técnicos sobre intervenção
policial, até cidadania e direitos humanos e o próprio
ensino convencional. “Todos os elementos que são
típicos do dia-a-dia vão poder ser mostrados
pela TV e pela Internet”, diz o diretor de pesquisa
e ensino da Secretaria Nacional de Segurança Pública,
Ricardo Balestreri.
A construção de uma televisão corporativa
também ajudará, segundo Balestreri, na veiculação
de trabalhos realizados pelos próprios policiais na
comunidade, mas que ainda são pouco divulgados. “Há
policiais que participam de grupos de teatros e é interessante
que profissionais de outros cantos do país saibam da
existência de trabalhos como esse”.
O programa, de acordo com o diretor, faz parte de uma mudança
de paradigmas no que diz repeito à segurança
pública. “Para começar a mudar a segurança,
primeiro tem que mudar os paradigmas. Aumentar o número
de armas e viaturas não resolve. O problema está
na preparação. Não há nenhum outro
caminho que não a educação, se quisermos
mudar a segurança”, afirma Balestreri.
O diretor comenta ainda que a formação presencial,
por si só, não é suficiente para as 600
mil pessoas que trabalham na polícia brasileira e por
isso foi agregada ao processo de formação o
ensino a distância. “Esse tipo de ensino é
mais lúdico, sedutor e envolvente. Não tem cara
de escola”.
No futuro, a intenção é que a televisão
corporativa ultrapasse os telecentros e comece a ser veiculada
em canais de TV abertos. “Queremos fazer mais do que
uma salinha de aula eletrônica. Queremos envolver a
família do policial também e fazer algo suscitador
de discussão de segurança pública. Queremos
atingir os operadores indiretos, pois a segurança pública
é algo muito mais complexo e não diz repeito
somente aos policiais”.
Cerca de 60 telecentros já estão sendo construídos,
em caráter experimental na Polícia Federal.
Os outros podem vir a ser instalados em delegacias e quartéis.
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