Marina
Rosenfeld
especial para o GD
Já são muitos os jogos que simulam situações
reais do dia-a-dia de uma empresa. Cada vez mais comum, estudantes
de graduação, pós-graduandos e até
mesmo pessoas com mestrado, doutorado e MBA se aventuram em
jogos corporativos que testam conhecimento, experiência,
eficiência e agilidade na resolução de
problemas.
Atraindo, cada ano que passa, mais inscritos, os programas
tornam-se competitivos e inusitados, envolvendo inúmeros
países em um único jogo. O Desafio Sebrae, organizado
pelo Sebrae, por exemplo, recebeu, só em 2004, mais
de 56 mil inscritos em todo o país.
Os jogos geralmente baseiam-se em casos reais e têm
como objetivo fazer com que os participantes resolvam todas
as tarefas. Eles vão sendo eliminados conforme perdem
prazos, ou então, tomam decisões erradas.
Pioneiro no Brasil, o Global Challenge há mais de
20 anos aplica esses jogos no Brasil e em outros cantos do
mundo. As equipes, formadas de três a cinco integrantes,
recebem um histórico de uma empresa virtual em que
é apresentado os últimos balanços e são
responsáveis por administrar a companhia por mais cinco
trimestres. As primeiras etapas são virtuais e a última
acontece num hotel, onde os finalistas ficam reclusos jogando
um contra o outro durante uma semana.
O mesmo acontece no Desafio Sebrae que, existe desde 2000,
e esse ano simulará a realidade de uma pequena floricultura.
As equipes irão receber um capital virtual para iniciar
o empreendimento e investir durante o jogo. A cada decisão
tomada, os participantes precisarão justificar suas
ações de forma que reflitam sobre aquilo que
estão decidindo.
Os resultados desses jogos no dia-a-dia dos profissionais
que participam têm sido tão positivos, que algumas
empresas têm levado a simulação para dentro
de seu local de trabalho. É o caso da Nossa Caixa,
que no mês passado, aplicou o treinamento Bank Simulation.
Durante uma semana 30 funcionários de diferentes áreas
do banco ficaram num hotel e aprenderam a fazer as operações
do cotidiano num cenário econômico fictício.
“Além de dar uma noção clara de
como funciona uma mesa de operações, eles passam
a entender a posição do banco nas diversas situações.
Também é um exercício de tolerância,
já que pessoas que nunca trabalharam juntas precisam
ser sócias durante uns dias”, diz Rubens Sardenberg,
diretor de finanças da Nossa Caixa.
A proposta da simulação, porém, vai
além do seu objetivo inicial. “É um espaço
em que as pessoas podem trocar figurinhas. Nós fizemos
um banco de talentos com os participantes porque é
comum que os patrocinadores do jogo contratem os que mais
se destacaram. Só a Accenture, em 2004, contratou 14
profissionais”, comenta a gerente operacional e organizadora
do Global Challenge, Márcia Placa.
O jogo também é uma forma de enxergar novas
possibilidades de inserção no mercado de trabalho,
de acordo com o coordenador estadual de São Paulo do
Desafio Sebrae, Daniel Corrêa. “É uma maneira
de despertar a reflexão e uma nova visão diante
do mercado de que pode se ter um negócio próprio.
Ajuda ainda a disseminar a cultura empreendedora no meio universitário”,
explica Corrêa. |