Marina
Rosenfeld
especial para o GD
Desde 2002, o Itamaraty incentiva a participação
de negros na carreira diplomática. Contrário
à aplicação de cotas para privilegiar
determinados grupos de pessoas, o órgão do governo
dá bolsas de estudos para afro-descententes que querem
prestar um dos concursos mais concorridos do setor público.
Em apenas três anos, mais de 90 bolsas, no valor de
R$ 2.500 mensais cada, foram doadas com o objetivo de pagar
livros, aulas, cursinhos preparatórios e despesas de
manutenção. Os afro-descendentes, recebem o
dinheiro por cerca de 10 meses e, diferentemente da maioria
das bolsas, não precisam abrir mão de seus empregos
para estudar.
No primeiro ano do programa, 20 bolsas foram concedidas, no
segundo 30 e no terceiro, 42. Segundo o Instituto Rio Branco,
academia diplomática do Itamaraty, o aumento no número
de candidatos é reflexo da relevância que os
temas globais têm tido ultimamente e também do
surgimento de inúmeros cursos de relações
internacionais.
Dessa forma, o concurso, que tem uma média de 35 candidatos
por vaga, já conseguiu inserir cinco afro-descendentes
nesses últimos anos.
A iniciativa, de acordo com o Instituto, visa a aprovação
dos candidatos no concurso por mérito próprio.
Para os diplomatas, ter negros no quadro de funcionários
é uma questão de coerência, já
que a diplomacia brasileira sempre teve importância
em fóruns mundiais que tratam da igualdade racial.
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