Marina
Rosenfeld
especial para o GD
Estudo realizado por médicos britânicos mostra
que empregos excessivamente calmos e pouco estressantes podem
levar a doenças cardíacas. Os pesquisadores
descobriram que homens com “empregos inferiores”
têm um batimento cardíaco mais rápido
e menos variável do que os que trabalham sob maior
pressão.
Os batimentos cardíacos de homens em situações
inferiores, com pouco controle de tarefas rotineiras e com
posições sociais mais baixas, mostraram ser,
em média, 3,2 mais rápidos por minuto, do que
em homens com posições mais elevadas.
Para o cardiologista do Instituto do Coração
de São Paulo (Incor) e do Hospital Albert Einstein,
Dr. Carlos Vicente Serrano, o ritmo mais rápido do
batimento cardíaco está associado à falta
de condicionamento do coração. Em trabalhos
monótonos, de acordo com o médico, o rendimento
cardíaco é menor e o número de batimentos
é maior. Já aqueles que fazem trabalhos que
exigem maior esforço, têm uma freqüência
cardíaca menor. “Podemos comparar essa situação
à de um atleta, que em freqüência cardíaca
de repouso tem mais ou menos 40 batidas por minuto, enquanto
uma pessoa sedentária tem cerca de 80”, diz ele.
A constância de batimentos também pode ser prejudicial,
já que a variação da freqüência
cardíaca é necessária para um coração
saudável. “Vários estudos mostram que
quem não tem essa característica de variabilidade
da freqüência cardíaca tem maior relação
com doenças do coração. Trabalhos monótonos
não estimulam essa variação, ao contrário,
fazem com que a freqüência seja constante”,
afirma Serrano.
A pesquisa também revelou que homens com trabalhos
inferiores são mais propensos à depressão.
“A vida monótona pode levar a doenças
cardíacas, quando associadas à depressão”,
finaliza.
O estudo observou 2.197 homens que trabalharam no governo
britânico, com idades entre 45 e 68 anos.
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