Marina
Rosenfeld
especial para o GD
A renda individual de uma mulher solteira é 62% maior
do que a de uma mulher acompanhada, de acordo com o estudo
Sexo, Casamento e Economia, realizado pela Fundação
Getúlio Vargas.
O resultado do levantamento é reflexo do papel que
as mulheres assumiram na sociedade nos últimos anos,
principalmente no que diz respeito ao mercado de trabalho.
“A revolução feminina, a começar
pelo trabalho, fez com que as mulheres solteiras passassem
a ser provedoras únicas do domicílio, assumindo
historicamente o dever conhecido como o do homem”, comenta
Marcelo Néri, diretor do Centro de Políticas
Sociais da Fundação Getúlio Vargas, ao
dizer que as mulheres acompanhadas estão mais propensas
a cumprir com o papel tradicional feminino.
A pesquisa comparou dados de hoje com os de 30 anos atrás
e constatou que houve um aumento significativo no número
de mulheres solteiras, ou seja, aquelas que vivem sozinhas,
são descasadas ou viúvas. Em 1970, 35% das mulheres
viviam sozinhas, contra 38% nos dias de hoje. A quantidade
de homens solteiros, por sua vez, continuou exatamente igual
durante todos esses anos (31%).
De acordo com o diretor, a renda maior permite às mulheres
escolherem se querem casar ou ficar solteiras. Essa influência
da renda sobre o estado civil das mulheres pode ser claramente
percebido nas diferentes regiões do Brasil. Nas áreas
rurais, apenas 25% são solteiras, enquanto nas capitais
esse número sobe para 45%. “São Paulo
é a cidade que tem o maior número de divorciadas,
enquanto o Piauí é o lugar com maior número
de casadas”. Néri comenta ainda que bairros como
Copacabana, no Rio de Janeiro, e Consolação,
em São Paulo, conhecidos por seu desenvolvimento, tem
um número superior de solteiras. “São
64% de solteiras só em Copacabana”.
Informações: http://www.fgv.br/ibre/cps/pesquisas/casamento_novo/casamentos_inicio.htm
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