As
mais recentes pesquisas do IBGE indicam que a fecundidade
continua caindo desde 2000 - e num ritmo até mais acelerado
do que o estimado pelo próprio instituto.
A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios)
de 2005, divulgada na semana passada pelo IBGE, revelou que
a taxa de fecundidade está em 2,1 filhos por mulher,
o que indica mera reposição populacional. Projeções
feitas pelo IBGE após o Censo 2000, no entanto, estimavam
que isso só iria acontecer em 2016.
Essas mesmas projeções indicam que o crescimento
populacional será cada vez menor até que a população
comece a diminuir a partir de 2062. É possível,
porém, que o fenômeno ocorra antes caso a fecundidade
continue a cair de forma acelerada.
Pirâmide etária
A estrutura etária da população também
mudará a cada ano, já que haverá cada
vez menos crianças e cada vez mais idosos. Vários
demógrafos apontam que essa transição
traz oportunidades únicas e desafios a serem enfrentados
pela sociedade.
"Os problemas demográficos que o Brasil enfrentará
daqui para a frente serão muito mais marcados pelo
resultado da queda acelerada da fecundidade do que pelo crescimento
populacional", diz o presidente da Abep (Associação
Brasileira de Estudos Populacionais), George Martine.
As mudanças, no entanto, também trazem oportunidades.
O país passará por uma fase que os demógrafos
chamam de bônus demográfico, ou seja, período
em que haverá uma relação muito favorável
ao crescimento econômico em termos populacionais.
Com menos filhos e com um patamar ainda não tão
alto de idosos, a população de
adultos terá mais facilidade para acumular riqueza.
Mas o bônus tem prazo para terminar, já que o
crescimento da população idosa fará com
que essa relação volte a ficar menos favorável.
"Nosso esforço é ajudar a sociedade a discutir
o que é preciso fazer para aproveitar esse momento,
já que essa será uma janela de oportunidade
relativamente curta", afirmou Martine.
Folha de S.Paulo
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