Banqueiros e advogados estressados de Nova York encontraram
uma nova forma de recarregar a energia: descarregando rifles
e pistolas em campos de tiro fora da cidade. Tudo isso com
apoio de suas empresas, que patrocinam os passeios a um custo
de até US$ 600 por pessoa, dependendo do nível de instrução.
A organizadora desse tipo de evento
é a Manhattan Shooting Excursions, que ostenta arsenal e modalidades
variadas. Além do tiro ao alvo com armas portáteis ou tiro
à distância com rifle militar, há cenários táticos para ação
com submetralhadoras UZI.
Um dos cenários oferece aventuras
estilo "cowboy" com revólveres Colt ou rifles Winchester.
Outra opção é simular a Guerra Civil americana, com pistolas
semelhantes às de 1863.
Segundo o site da empresa, única que
oferece o serviço em Nova York, o esporte tem a vantagem de
aprimorar a disciplina, a responsabilidade, a concentração
e o controle do temperamento. A atividade é licenciada e regulada
por normas de segurança.
Em geral, passeios corporativos das
companhias da cidade incluem jogos de baseball, golfe ou piqueniques.
O novo filão atrai profissionais que buscam emoção, aventura
ou até novas formas de impressionar clientes, já que o tiro
é algo novo para o nova-iorquino médio. Existem cerca de 200
campos de tiro no Estado de Nova York, mas apenas uma academia
de tiro ao alvo, restrita, na capital, segundo a National
Rifle Association. Segundo reportagem do "The New York Times",
essas excursões estão virando moda e os adeptos defendem o
esporte como uma forma saudável de liberar a tensão e aumentar
a auto-estima e a sensação de poder.
De acordo com a Fundação Nacional
de Esportes de Tiro, a popularidade da atividade tem caído.
Entre 2003 e 2004, a queda foi de 14% entre os participantes
de tiro ao alvo. Na caça, a queda foi de quase 40% de 1987
a 2004. No ano passado, os norte-americanos gastaram US$ 2,5
bilhões em equipamento de caça e tiro.
LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo |