A maioria das pessoas que procuram trabalho na Grande São
Paulo aposta em escritórios de intermediação de mão-de-obra.
A cada 10 desempregados, 6 recorrem em primeiro lugar a agências
privadas de emprego. As agências de origem estatal e sindical
vêm em seguida, à frente do contato direto com a empresa visada
(realizado por 34,9% das pessoas).
O apontamento foi feito no estudo "O Sistema de Intermediação
de Empregos: Um Outro Olhar sobre o Mercado de Trabalho em
São Paulo", do CEM-Cebrap/USP (Centro de Estudos da Metrópole,
associado ao Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).
Obtido com exclusividade pela Folha, o levantamento, de 2005,
ouviu 1.549 pessoas.
Em 2001, estudo semelhante trazia como porto favorito dos
desempregados a família, os amigos e os conhecidos (79,5%),
grupo hoje em terceiro lugar na preferência de quem busca
recolocação (com apenas 22% de citações).
Os resultados mostram que o sistema de intermediação de vagas
ganhou força e profissionalizou-se -a Grande São Paulo tem
hoje 1.084 centrais privadas e 64 públicas pesquisadas pelo
Cebrap. Na outra ponta, conclui a autora da pesquisa, Nadya
Guimarães, os desempregados se tornaram "profissionais da
procura", pois "as redes pessoais têm pouca importância" diante
das agências especializadas.
Alternativas
Apesar do domínio das agências, há quem tente uma recolocação
por meio de canais alternativos. Décio Alves Santos, 34, por
exemplo, lança mão de diversos mecanismos de busca quando
se vê desempregado. Seu penúltimo cargo foi conquistado por
meio da indicação de um amigo.
Com experiência de 14 anos na área de recursos humanos, quando
perdeu o emprego, em fevereiro deste ano, apelou para dois
meios de recolocação: uma agência sindical e o envio de currículos
para firmas que constam na lista telefônica. "Tive sorte,
encontrei emprego rapidamente", conta.
Como resultado da sedimentação de novos canais de intermediação,
surgem iniciativas inusitadas, tanto da empresa contratante
como de terceiros.
O Disk Emprego é uma delas. As companhias de tecnologia Domineo
e Hydranet criaram o sistema, que permite que o trabalhador
tenha acesso gratuito a vagas ligando para um número de telefone
(0/xx/11/4003-1212).
Já a empresa de telemarketing Softway Contact Center, além
de oferecer cursos de capacitação aos candidatos -prática
cada vez mais comum-, usa canais alternativos de oferta de
vagas, como carros de som, distribuição de panfletos e parceria
com igrejas.
As informações
são da Folha de S.Paulo.
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