BRASÍLIA
- O ministro da Saúde, Humberto Costa, defendeu ontem
o aumento do preço do cigarro brasileiro - o sexto
mais barato do mundo. Embora a elevação da alíquota
do IPI em 20% tenha sido autorizada em dezembro, o ministro
afirma que esse índice pode ser ampliado. "É
possível fazer mais. Vamos conversar com a área
econômica, mas tenho certeza de que podemos aumentar
o preço sem que haja um aumento do comércio
ilegal", disse o ministro, depois de participar das comemorações
do Dia Mundial Contra o Fumo, em Brasília.
O aumento do preço do cigarro é um dos pilares
para o combate ao tabagismo, defendido há anos pela
Organização Mundial de Saúde (OMS). No
Brasil, a idéia sempre sofreu resistências. Entre
elas, a de que um aumento excessivo poderia implicar queda
da arrecadação de impostos e estímulo
ao mercado negro. "Este é um dos mitos que precisam
ser enfrentados", afirma a diretora da OMS para o combate
ao tabagismo, Vera Luiza Costa e Silva.
Para marcar a data, Costa assinou portaria que prevê
tratamento da dependência do fumo na rede pública
de saúde. A meta é garantir que, até
2006, toda a rede esteja capacitada para oferecer a terapia,
incluindo medicamentos, gomas e adesivos para reposição
de nicotina e antidepressivo usado na síndrome de abstinência.
Para a compra de medicamentos, serão liberados este
ano R$ 5,4 milhões. Estima-se que no Brasil 200 mil
pessoas morram por ano de doenças relacionadas ao cigarro.
Menos viciados
Uma pesquisa feita em 16 capitais brasileiras entre 2002
e 2003 mostra que o número de fumantes no País
começa a cair. Em 1989, o Rio de Janeiro, por exemplo,
tinha 30% de fumantes. Agora, a taxa passou para 17%. "Os
grupos mais vulneráveis ao cigarro hoje são
habitantes de grandes centros urbanos e pessoas de classe
econômica menos privilegiada", observa o secretário
de Vigilância em Saúde do Ministério da
Saúde, Jarbas Barbosa. Pelo levantamento, a cidade
com maior taxa de fumantes é Porto Alegre, 24,1% dos
entrevistados. Em seguida, vem Curitiba (21,5%) e Belo Horizonte
(20,4%). Ao observar dados gerais, o índice de fumantes
no Brasil é um pouco melhor do que o registrado em
países desenvolvidos, afirma Barbosa.
As informações são
do site ANotícia. |