Para
revigorar a região central da cidade de São
Paulo, há muito tempo faz parte dos sonhos de alguns
urbanistas reciclar a orla ferroviária. Esse tipo de
visão faz do Rodoanel, tão esperado, algo simples
e com baixo impacto.
A boa notícia é que
começa a fazer parte dos planos dos candidatos. Com
os cofres mais cheios, os governos federal, estadual e municipal
conseguem tirar esse tipo de projeto da dimensão do
delírio.
Os planos da orla ferroviária
alteram-se nos detalhes dependendo do urbanista, mas, em essência,
o que se pretende é transformar as áreas abandonadas
em torno da linha do trem, onde antes trafegava a riqueza
das indústrias, em zonas mistas de negócios
e moradia.
É uma operação
retorno, trazendo a população da periferia,
que mora longe do trabalho.
O grande atrativo é óbvio:
já existe na orla transporte público em cima
de trilhos. Seria, então, um mecanismo para descentralizar
o emprego e melhorar a habitação.
O urbanista Candido Malta está
realizando estudo para o governo estadual que, entre outras
coisas, foca no repovoamento desses espaços.
Segundo seus cálculos, só
na cidade de São Paulo haveria, em torno dos trilhos,
uma área do tamanho de Santos a ser conquistada. A
idéia é abranger toda a região metropolitana
e envolver um consórcio de prefeituras. "É
uma nova fronteira a ser explorada", anima-se Candido.
Na verdade, é a maior fronteira
urbana a ser explorada no Brasil -é uma tarefa para
muitos governos federais, estaduais e municipais. Para atrair
empresas, seriam necessários, além de obras
de infra-estrutura, incentivos fiscais.
PS - Para visualizar o que estou falando
sobre orla ferroviária, observe os prédios que
surgiram na Água Branca, atraindo os mais diferentes
tipos de negócios -e, agora, chegam shoppings de luxo.
Observe também o que se passa na Vila Leopoldina, também
ladeando o trilho do trem, batizada da Vila
Mídia, por estar atraindo inúmeras empresas
de publicidade e audiovisual que estão ocupando galpões
industriais abandonados. Se quiser fantasiar, imagine o que
seria esse tipo de empreendimento espalhado em 130 quilômetros
de ferrovia que cortam a região metropolitana. Isso
é pensar grande uma cidade.
Trecho da coluna Vilas
da fantasia.
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