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Banco
espanhol compra antigo prédio da Eletropaulo pelo valor
de R$ 1,06 bi
Complexo deverá abrigar
10 mil pessoas e despejar 6.000 carros na região da
av. Juscelino Kubitschek, uma das mais congestionadas de SP
O banco Santander concluiu a compra
da Torre São Paulo, antigo esqueleto da Eletropaulo
na esquina da avenida Juscelino Kubitschek com a marginal
Pinheiros (zona sul de SP), para onde deverá levar
pelo menos 6.000 funcionários, que estão hoje
espalhados em quatro prédios na cidade.
O edifício foi comprado da construtora W/Torre por
R$ 1,06 bilhão, o maior negócio imobiliário
já fechado no país.
Para lá, deverão se mudar a partir de março
de 2009 os principais departamentos administrativos e de apoio
do banco espanhol, incluindo a área de atacado, que
fica em um prédio alugado na marginal Pinheiros, próximo
ao shopping Eldorado. Também deverá receber
os funcionários oriundos do Banco Real, cuja sede hoje
fica na avenida Paulista.
Além da nova sede do Santander, o local já abriga
a butique Daslu e terá ainda um shopping da rede Iguatemi,
um hotel cinco estrelas e outro prédio de escritórios.
Ao todo, deverá ter uma população de
até 10 mil pessoas, que despejará na região
-uma das mais congestionadas da cidade- mais de 6.000 carros,
número total de vagas no complexo. Nos horários
de pico, deverão entrar e sair 1.800 pessoas no local.
Com 28 andares, o prédio será um dos mais modernos
do país em termos de tecnologia sustentável.
Sua fachada de espelhos refletirá 80% do calor externo
e permitirá economizar o uso de luzes e de ar-condicionado.
O sistema de esgoto a vácuo, por exemplo, proporcionará
economia de 90% da água utilizada, que será
reaproveitada da chuva. O edifício terá 16 elevadores,
que geram sua própria energia durante a descida.
Símbolo de uma "São Paulo que não
deu certo" nos anos 80, nas palavras do urbanista Pedro
Taddei Neto, professor da USP, o prédio deverá
se converter agora em um marco do capitalismo financeiro atual
e mudar a paisagem urbana da cidade. Para o urbanista, a história
do prédio se confunde com os altos e baixos da economia
do país. Ele lembra que o prédio "surgiu
atrasado" nos anos 80, projetado para abrigar milhares
de funcionários públicos numa época em
que o setor encolhia devido às privatizações.
"É um prédio importante e bem localizado.
Deve fazer sentido para um banco que quer se afirmar",
disse Taddei Neto, que estranha o fato de o banco não
preferir se estabelecer fora da cidade, como fazem instituições
em todo o mundo.
Uma das primeiras a apostar na região, Eliana Tranchesi,
dona da Daslu, disse estar animada com a chegada dos vizinhos
do Santander. "Para a Daslu, quanto mais gente transitar,
melhor. Isso aqui era uma vergonha cinco anos atrás.
Era uma área abandonada, horrorosa, alagava, tinha
rato."
Para Tranchesi, a única preocupação é
com o trânsito da região. "Isso tem que
ser visto com bastante análise", disse.
Rosa Pezzini, arquiteta da W/Torre, afirma que a construtora
atendeu todas as demandas da prefeitura e da CET (Companhia
de Engenharia de Tráfego) para inserir o complexo na
região. "Investimos em tecnologia sustentável.
Quisemos chegar a práticas de Primeiro Mundo, mas com
os custos de São Paulo. A intenção era
devolver um presente para a cidade para apagar todos esses
anos em que o prédio ficou abandonado", disse
a arquiteta.
Toni Sciarretta
O Estado de S.Paulo
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