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Já
se sabia que a qualidade do ar no parque Ibirapuera, na zona
sul de São Paulo, é uma das piores da capital.
Em 2007, a área voltou a ser recordista em ar impróprio
em toda a região metropolitana -ficou 38 vezes com
ar inaceitável.
Agora, os dados da Cetesb apontam que outro local bastante
procurado para a prática de esportes, a Cidade Universitária
da USP, na zona oeste da capital, também está
comprometido pela poluição.
A estação de monitoramento da Cetesb na USP
foi uma das que tiveram mais ocorrências de qualidade
do ar ruim em 2007. A medição começou
a ser feita em 29 de março e detectou ar impróprio
33 vezes.
Áreas como a USP e o Ibirapuera sofrem mais com o ozônio,
principalmente por receberem muita luz solar, primordial para
a formação do poluente. Além disso, o
vento marítimo empurra a poluição para
a zona oeste, onde está a USP.
O técnico em telecomunicações José
Nilton Correia, 51, corre 7 km, de três a quatro vezes
por semana, nas ruas arborizadas da Cidade Universitária.
Ele não imaginava que estava exposto a altos níveis
de poluição por ozônio.
"Vou continuar me exercitando aqui, é uma área
muito gostosa, sombreada. Mas vou prestar atenção
e evitar horários de pico de poluição",
diz.
O ozônio, poluente que precisa do sol para se formar,
alcança sua maior concentração no período
da tarde, entre as 13h e as 17h. Por isso, em dias muito poluídos
por ozônio deve-se evitar atividades físicas
ao ar livre durante a tarde.
Os meses mais poluídos em 2007 foram os do verão
e da primavera -janeiro, setembro e dezembro.
Outras estações líderes em poluição
no ano passado, além do Ibirapuera e da USP, foram
Nossa Senhora do Ó e Santana, ambas na zona norte.
Elas ficaram, respectivamente, 34 e 33 vezes com ar ruim.
Em todas, o maior problema é o ozônio.
Cambuci e Centro não apresentaram nenhuma vez qualidade
do ar inadequada ou má. Congonhas e Cerqueira César
tiveram ao longo do ano uma ocorrência de ar inaceitável.
Quando a estação da USP foi inaugurada, a intenção
era colocar relógios de rua para informar, além
do horário, a qualidade do ar -como ocorre no parque
Ibirapuera. A idéia, entretanto, não foi concretizada.
"Durante o exercício físico, as pessoas
acabam inalando mais ar e, com isso, também maior quantidade
de poluentes", afirma o professor da Unifesp Paulo Zogaib,
especialista em medicina esportiva.
Segundo a Cetesb, o ozônio provoca irritação
nos olhos, nariz e garganta, além de tosse seca e cansaço.
E há o risco de agravar a doença nos casos de
pessoas que já tenham problemas respiratórios.
José Ernesto Credendio
Afra Balanzia
Folha de S.Paulo
QUALIDADE DO AR:
54%
é o aumento do número de vezes em que o ar ficou
com qualidade inadequada ou má em 2007, comparando
com 2006.
33
é número de vezes que a região da cidade
universitária da USP, teve avaliação
imprópria do ar desde março de 2007.
600 km
é o alcance da poluição da região
metropolitana ao avançar em direção ao
interior
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