Cássia
Gisele Ribeiro
especial para o GD
Crianças contando histórias
para outras crianças. A situação parece
improvável, mas é exatamente o que está
acontecendo entre crianças da terceira série
do ensino fundamental do Colégio Bialik e de educação
infantil da Escola Municipal de Educação Infantil
Zilda de Franceschi, ambas localizadas na região de
Pinheiros, na cidade de São Paulo.
Os contadores têm cerca de nove
anos de idade e estão percorrendo escolas de educação
infantil para divulgar lendas e contos tradicionais por meio
da contação de histórias. "A ação
foi uma junção dos dois aspectos trabalhados
pelas crianças na escola durante o ano de 2006: leitura
e expressão oral", conta a educadora do colégio,
Maria Cristina de Barros.
A idéia surgiu quando, no início
do ano, os alunos entraram em contato com as obras Contos
Tradicionais do Brasil, de Luis Câmara Cascudo e Contos
da Rua Broca, de Pierre Gripari. "Não pretendíamos
restringir esse conhecimento à leitura, mas ampliar
as formas de trabalhar com textos", diz Barros.
A partir do interesse das crianças
em contar as histórias, a escola levou os contadores
profissionais Analu e Servilo para mostrar quais recursos
devem ser utilizados para se contar uma boa história
e como utilizar o corpo para retratar elementos do texto.
"O passo seguinte foi transformar a linguagem das histórias
mais acessível para as crianças pequenas e isso
foi feito pelos próprios alunos", diz.
O resultado foi positivo para todos
os envolvidos. Os alunos da educação infantil
demonstraram entusiasmo com as apresentações.
"Adorei o teatro, principalmente a história do
sapinho", afirma Talia Souza, de seis anos, aluna da
EMEI.
Entre os alunos da terceira série,
o entusiasmo era ainda maior. "Adorei apresentar a peça",
afirmou Larissa Chazanas, de nove anos. Gabriela Altit, protagonista
da história O Touro e o Homem, não esperava
a profunda atenção e concentração
de sua platéia. "Eu estava com medo deles não
ouvirem, de fazerem bagunça, mas eles foram muito educados",
supreende-se.
"O projeto foi interessante
em vários sentidos. Proporcionou um gosto maior pela
leitura, o aprimoramento da linguagem das crianças,
desinibição e, acima de tudo, foi importante
porque as crianças puderam ter contato com uma realidade
diferente daquela vivida no colégio", afirma a
professora.
Escola
quer abrir as portas para a comunidade
Ensino
integral estimula a participação dos pais
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