Império quer o tri
com baile no sambódromo
Ala vai simular dança imperial;
no primeiro dia, o desfile de pelo menos quatro escolas de
São Paulo têm relação com o ambiente
Tema estará em sambas,
fantasias e alegorias, e um dos carros alegóricos será
movido à energia eólica; desfile principal é
às 23h15
A Império de Casa Verde, bicampeã
do Carnaval paulistano em 2006, preparou para este ano um
desfile que conta a história dos grandes Impérios
da história. O ponto alto deve ser o terceiro setor
da escola, com a ala do baile imperial, com passos marcados.
A escola, uma das mais novas no Grupo Especial, fundada em
1994, teve uma ascensão meteórica e costuma
fazer um desfile correto, mais voltado para os jurados do
que para empolgar o público. Neste ano, a escola, a
quarta a entrar na avenida, investiu cerca de R$ 2 milhões
e terá, entre os seus 3.500 componentes, Sheila Mello.
No desfile do Grupo Especial, a preocupação
com o futuro do planeta e o aquecimento global estarão
em foco. Escolas de samba paulistanas discutirão o
tema em seus sambas-enredo, carros alegóricos e fantasias.
A São Paulo Turismo, responsável pelo evento,
promete plantar 1.500 árvores em áreas de reflorestamento
de mata atlântica para neutralizar a emissão
de gás carbônico gerada nos dias de desfile.
Na avenida, das sete agremiações que irão
desfilar hoje, pelo menos quatro terão alas ou alegorias
relacionadas diretamente com o ambiente.
Com o enredo "Canta, encanta com minha história...
Cubatão rainha das serras", a Unidos de Vila Maria
abordará a questão por meio da história
de Cubatão, que realizou um programa de recuperação
ambiental e conseguiu se transformar em uma referência
de preservação.
A Acadêmicos do Tucuruvi, quinta escola a se apresentar,
entrará com o enredo "Renovar é preciso
para que o "viver" seja preciso", que cita
recursos renováveis. O quarto carro deve surpreender,
já que será movido à energia eólica.
Primeira escola a desfilar, a Imperador do Ipiranga, com o
enredo "Siderurgia forte constrói um mundo de
aço", terá uma ala que representará
a sucata feita com material reciclado, como tecidos, papéis
e CDs.
A agremiação Tom Maior, com o enredo "Com
licença, eu vou à luta", já no abre-alas
mostrará a modernidade e a necessidade da reciclagem.
No desfile de amanhã, a Rosas de Ouro, com "Tellus
Matter, o cio da terra", mostra preocupação
com o aquecimento global. E a Vai-Vai, que fala do plástico,
afirma no samba: "chega de lixo e poluição/
sua difícil decomposição a mãe
natureza não pode esperar". O plástico
demora mais de 400 anos para se decompor.
Apesar de não apresentarem referências diretas
à questão do ambiente, as outras três
escolas desta primeira noite também reciclaram material.
A X-9 Paulistana, segunda a desfilar, mostrará o enredo
"Força Brasil: o país que surge da tinta
delira num Carnaval de cores". O novo carnavalesco, Raul
Diniz, conta que mudou o estilo da escola e promete mais luxo
para este ano.
Última a se apresentar, a Nenê de Vila Matilde
contará a história de João Jorge Saad.
A ousadia da agremiação ficará por conta
de uma transmissão de rádio a partir de um estúdio
móvel montado no terceiro carro alegórico da
escola.
Alessandra Balles
Daniela Tófoli
Folha de S.Paulo.
Em
troca da emissão de CO2, plantio de 1.200 árvores