O Ministério
Público (MP) entrará com uma ação
para preservar as árvores do terreno de 10 mil m²
de área verde situado no Alto da Boa Vista. A decisão
do MP foi tomada após receber um abaixo assinado com
2.450 assinaturas dos moradores do bairro. Apesar de o espaço
ser de propriedade particular, o órgão afirma
que o local é de interesse público.
Na semana passada, a Associação de Moradores
do Alto da Bela Vista perdeu, na Justiça, o direito
de transformar o terreno em um parque de utilidade pública.
A área, com mais de cem árvores, será
destinada a quatro edifícios de 28 andares cada.
De acordo com o projeto da construtora, das 175 árvores
do local, 77 seriam remanejadas e 24 seriam cortadas. Segundo
laudo de engenheiros florestais e de agrônomos, dificilmente
as espécies transplantadas sobreviveriam por serem
raras e cinqüentenárias. Para somar, seriam três
subsolos de estacionamento que impermeabilizariam quase toda
área do terreno.
“Seria muito importante se a iniciativa privada, em
parceria com a prefeitura, tivesse interesse em nos ajudar
nesta luta para transformar este bosque em um parque educacional
que todos pudessem freqüentar. Dessa forma, estaríamos
contribuindo com a qualidade de vida da cidade de São
Paulo”, comenta José Eduardo Urso, membro da
Associação dos Moradores do Alto da Boa Vista.
A associação pretende abraçar as árvores
coletivamente em protesto e fazer uma campanha com faixas
e cartazes no espaço arborizado para que as pessoas
não comprem o imóvel que será construído
no local.
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