Os episódios provocados pelo
PCC levaram políticos a simplificar a explicação
das causas da violência e do crime organizado --e, como
não poderia ser diferente, as providências sugeridas
também vieram simplificadas.
São múltiplas causas e, dependendo do caso,
algumas delas têm maior ou menor peso, assim como os
enfrentamentos exigem vários tipos de ações.
Uma dessas ações, que ninguém está
comentando, é o planejamento familiar.
Reduzir o número de filhos por adolescentes ou adolescentes
pobres não é, claro, um eixo central de prevenção
contra a marginalidade. Mas se nascerem menos crianças
indesejadas pelos pais em famílias desajustadas, menor
a quantidade de seres rejeitados, ressentidos e agressivos.
Não há dúvida de que violência
e negligência domésticas produzem seres com tendência
à marginalidade.
Não deve ser pouca gente que se encontra nesse risco,
considerando que cerca de 900 mil adolescentes têm filho
anualmente; a imensa maioria dessas mães são
pobres, com baixa escolaridade e terão, com a maternidade.
ainda mais dificuldades de boa colocação no
mercado de trabalho.
Educar os jovens para a responsabilidade da paternidade e
maternidade (e ajudá-los a tomar precauções)
é uma entre as dezenas de medidas que reduziriam o
risco de delinqüência.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, editoria Pensata.
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