A violência ocorrida em São
Paulo envia uma mensagem muito clara aos candidatos a presidente
e a governador: não dá mais para esperar. O
que estamos assistindo (e só tende a piorar) é
o resultado de processos seculares de exclusão social
combinados com a baixa eficiência da Justiça
e da polícia.
Os candidatos serão obrigados, desta vez, a apresentar
um plano de segurança, no qual se prevejam ações
articuladas entre União, Estados e municípios
--especialmente nas regiões metropolitanas-- para agir
tanto na prevenção como na repressão
aos crimes. Temos no país duas bombas: 1) a juventude;
2) a metropolitana. As duas bombas se fundem em lugares como
São Paulo, Rio, Recife, Salvador, e assim por diante.
As metrópoles exigem articulações diferenciadas
para que se trabalhem, de forma focada, os guetos da violência.
Já sabemos que é possível reduzir o problemas
e temos aí bons exemplos como Diadema e Jardim Ângela,
áreas que batiam recordes de criminalidade e reduziram
seus índices de violência.
Quando o Estado mais rico do país e sua cidade economicamente
mais importante se mostra frágil diante do crime organizado,
está mais do que claro que a segurança deve
ser tratada assim, demandando um esforço nacional,
assim como se tratou a volta da democracia ou a inflação.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, na editoria Pensata.
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