Quando olhamos os números da educação
brasileira ficamos, e nem poderia ser diferente, envergonhados.
Refletem a obviedade de que disseminar conhecimento a todos
não fez parte das obsessões nacionais e pagamos o preço através
da miséria e da violência. Por isso, merece extrema atenção
um movimento alinhado nos bastidores envolvendo fundações
empresariais, altos executivos de empresas, entidades representativas
de secretários estaduais e municipais da educação, dirigentes
de entidades como UNESCO e Unicef.
O que se pretende é envolver a elite cultural, empresarial,
política, acadêmica e sindical do país, para uma mobilização,
com índices concretos e mensuráveis, pela melhoria da educação.
Seriam poucos indicadores, mas claros, que façam parte da
preocupação cotidiana assim como os indicadores de renda.
Nestas eleições, candidatos a governador e a presidente já
teriam de se manifestar sobre essas metas que, em larga medida,
dependem deles.
Esse plano estabeleceria um prazo de 16 anos --exatamente
para coincidir com as comemorações do bicentenário da Independência--
para que as metas fossem sendo atingidas ano a ano. Não é
um projeto de governo, mas de nação.
Olhar a longo prazo, acima dos governos e dos partidos, e
fazer da educação uma meta nacional é trazer para os dias
contemporâneos a nova versão da abolição da escravatura, devido
à importância que a disseminação do conhecimento tem para
a liberdade humana.
Coluna originalmente publicada na Folha Online,
na editoria Pensata.
Grito de independência
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