João
Batista Jr.
"Ele é um problema urbano. Faz sombra no térreo
dos prédios, tem muito barulho nos 3,5 quilômetros
de sua extensão e é muito sujo. Tem tudo que
não está ligado à qualidade de vida".
A descrição do Minhocão é do arquiteto
João Sodré que recebeu, ao lado do também
arquiteto Paulo Pastorelo e da antropóloga Maíra
Bühler, o prêmio de melhor Documentário
Nacional da 12º edição do festival "É
tudo Verdade".
"A idéia de fazer o filme veio de uma tentativa
de participarmos de uma competição (pela prefeitura)
sobre 50 documentários de bairros, em 2005. Não
tivemos nosso projeto que seria sobre Campos Elíseos
aprovado, mas saímos com a idéia de fazer um
documentário sobre o Minhocão". O filme
sobre o Elevado Costa e Silva tratou de forma diferente a
vida daqueles que têm a mais notória via expressa
de São Paulo como paisagem de suas janelas.
"O filme na verdade pode ser um objeto de reflexão
sobre a cidade e a vida urbana. Achamos que essa curiosidade
sobre as perspectivas dos outros é o que melhor define
o nosso trabalho, que é, sobretudo, um mergulho no
espaço afetivo dessas pessoas que habitam a região
central da metrópole", destacaram os diretores.
Durante três meses de pesquisa, visitaram 140 prédios
e entrevistaram 25 pessoas, mas "apenas 18 deles aparecem
no filme. Muitos ajudaram na pesquisa e no mergulho na vida
dos moradores", informa Sodré.
O Minhocão surgiu como tema de documentário
porque "ele dá a oportunidade de fazer uma obra
espacial, com um mergulho na vida das pessoas. É um
espaço cinematográfico, no sentido de dar a
possibilidade de explorar os dois lados, o de cima e o de
baixo, com planos-sequência muito bons", ressalta
a equipe.
"A idéia de fazer um filme sobre o Minhocão
já existia há algum tempo nas nossas cabeças,
porque é uma forma de refletir sobre a cidade, tema
que sempre foi importante para nós. Eu e Paulo somos
arquitetos e a Maíra é antropóloga. Vale
ressaltar que a "A oportunidade para realizar este filme
foi dada pelo edital DOC TV III da TV Cultura e do Ministério
da Cultura para documentários de 52 min, no qual fomos
contemplados com um dos oito prêmios do Estado. A versão
que participou do festival É Tudo Verdade, tem 75 minutos.
Para realiza-la foi necessário um novo investimento
por parte da Primo Filmes, produtora da versão longa
metragem do Elevado 3.5", finalizam os diretores.
Clique no link
para assistir traillers dos documentários integrantes
do 12º Festival É tudo verdade. O Elevado 3.5
é a quarta sequência.
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