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O governo
de São Paulo anunciou ontem que implementará
um bônus a docentes e funcionários das escolas
e faculdades técnicas com base no desempenho dos seus
alunos.
A medida será semelhante à adotada pela Secretaria
da Educação aos servidores das escolas de ensino
básico.
A decisão foi anunciada pelo governador José
Serra (PSDB), durante cerimônia que marcou o envio à
Assembléia de um projeto de plano de carreira para
os profissionais do ensino técnico -a bonificação
por desempenho consta na proposta.
Atualmente, os servidores das Etecs (escolas técnicas,
que também oferecem ensino médio) e Fatecs (faculdades
de tecnologia) recebem um bônus com base apenas na assiduidade
e na avaliação institucional da unidade. Ou
seja, não considera o desempenho dos alunos.
A premiação irá considerar a evolução
dos indicadores de cada escola ano a ano. "O que importa
para nós não é quem é melhor ou
pior. É quem melhorou", disse a diretora-superintendente
do Centro Paula Souza (que administra as Etecs e Fatecs),
Laura Laganá.
Para fazer essa avaliação, o governou chamou
a Fundação Getulio Vargas para elaborar um projeto
de avaliação aos alunos do ensino técnico
(só nas Etecs, são 82 cursos diferentes, que
vão de eletrônica a produção de
açúcar e álcool).
Tanto o Sinteps (sindicato dos professores e funcionários)
quanto a Adfatec (associação dos docentes das
Fatecs) afirmaram que a medida pode ser positiva, mas esperam
para analisar o projeto na íntegra.
Serra afirmou também que o plano de carreira enviado
à Assembléia prevê que o número
de funcionários do Centro Paula Souza irá triplicar
até 2010.
A proposta apresenta também reajuste salarial aos servidores
(aos funcionários, por exemplo, entre 10% e 40,6%).
Ausência de pessoal
Ontem, a Folha mostrou que o sistema sofre com falta de servidores,
problema agravado com a expansão das escolas e faculdades
iniciada na gestão Geraldo Alckmin (PSDB). Entre 2005
e 2007, a quantidade de Etecs e Fatecs aumentou 33,6%, enquanto
o número de técnicos-administrativos chegou
a ter queda de 0,27%.
Além da falta de funcionários, o sindicato dos
funcionários reclama de baixos salários. Alunos
da Etecap, de Campinas, chegaram a protestar -eles estavam
impedidos de usar uma biblioteca por falta de funcionários.
Fábio Takahashi
Folha de S.Paulo |