João
Batista Jr.
O anúncio de que o governo inglês expandiu a
área de cobertura do pedágio urbano reabre o
debate sobre a viabilidade de se implantar a medida em outras
cidades do mundo, inclusive em São Paulo. Desde de
19 fevereiro, a área de circulação na
qual os motoristas estão sujeitos a pagar se estendeu
para bairros do oeste londrino.
Agora quase todos os bairros de distritos como Westminster
(sede de órgãos públicos e comércios),
Kensington (comércio de luxo) e Chelsea (comércio
de luxo e prédios residenciais de alto padrão)
entraram na lista dos bairros de circulação
taxada. Segundo dados oficiais, o congestionamento reduziu
26% desde o início da implantação do
pedágio, em 2003.
As pessoas que residem nas áreas têm direito
a 90% de desconto. Isso significa que o residente pagará
4 libras por semana ao invés das 8 libras diárias
cobrados para os não residentes. Estudos do governo
inglês estão sendo feitos em Manchester, West
Midlands, Shorpshire e Bristol para implantar a taxa de circulação
no centro dessas cidades.
São Paulo
A discussão do pedágio urbano em São
Paulo não é novidade. Alguns especialistas acreditam
que o debate é prematuro, uma vez que a cidade não
conta com transporte público eficiente. Se em Londres
existem mais de 450 Km de metrô, São Paulo não
chegou a sua primeira centena de quilômetros de trilhos
subterrâneos.
“Nós entendemos que o assunto no mínimo
deverá ser objeto de discussão, uma vez que
a cidade está saturada, o modelo atual de rodízio
se esgotou”, avaliou Sílvio Médici. Presidente
da Abramcet (Associação Brasileira de Monitoramento
e Controle Eletrônico de Trânsito), Médici
ressalta que as medidas referentes ao congestionamento devem
ser tomadas em parcerias com o comércio e indústria.
”É racional deixar que os caminhões circulem
na cidade das 17h às 20h? A maior parte desses veículos
de grande porte está cruzando a cidade nos horários
de picos”, indaga Médici.
Pedágio na Marginal Tietê
Acordos estão adiantados para que o Estado de São
Paulo passe a controlar a Marginal Tietê. O governador
José Serra e o secretário estadual dos Transportes,
Mauro Arce, disseram que caso isso aconteça lançarão
um novo projeto para a Marginal até o fim do ano. Francisco
Vidal Luna, secretário de Economia e Planejamento,
defendeu a criação de mais uma via na Marginal,
na qual o motorista trafegaria em maior velocidade e estaria
sujeito a pedágio.
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