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Heitor Augusto
O conceito de bairro educador, que
realça a importância de integrar ensino e comunidade,
ganhou mais uma iniciativa em Heliópolis, maior favela
da cidade de São Paulo com 125 mil habitantes.
Trinta estudantes, da 7ª série
ao 1° ano do Ensino Médio, das quatro escolas públicas
do bairro participam da 2ª edição do Correio
da Cidadania, curso voltado para a formação
de jovens repórteres populares. Como redigir uma notícia,
relacionar acontecimentos e entender as necessidades de Heliópolis
são alguns dos conceitos abordados. O objetivo é
que, após a edição, os adolescentes escrevam
para os próprios veículos da comunidade.
Além das aulas, estão
previstas visitas a aparatos culturais da cidade (cinemas,
teatros, livrarias, museus). A segunda aula foi uma visita
à avenida Paulista. Na seleção para o
curso, 120 jovens visitaram a USP (Universidade de São
Paulo) e escreveram uma redação relatando a
experiência. O Correio da Cidadania surgiu de uma parceria
entre a Oboré, empresa que atua em comunicação
popular, e a Unas (União de Núcleos, Associação
e Sociedade dos Moradores de Heliópolis e São
João Clímaco).
Lan house cede computadores
Onde os estudantes iriam exercitar o que aprenderam no curso?
Quais computadores utilizariam para escrever? Os laboratórios
das quatro escolas (EE Prof. Ataliba de Oliveira, EE Manuel
Lacerda Vergueiro, EM Gonzaguinha e EM Campo Salles) não
atendem a demanda. Todos têm algum tipo de problema:
ou infiltração no teto, ou laboratórios
de informática fechados, ou computadores sem conexão
a internet.
A Emotion,
uma das 30 lan house do bairro, entrou na parceria e cedeu
as manhãs de domingo para o acesso das crianças.
Parceiros da Oboré adotaram os 30 estudantes doaram
R$ 10 a cada um. Com isso, tornam-se responsáveis em
trocar e-mails com os adolescentes sobre as experiências
deles nas aulas, o que exercita a escrita.
Para usar os PCs, o aluno recebe uma
cartela com direito a doze horas gratuitas de acesso (dez
foram bancadas pelo seu “tutor” e duas cedidas
pela lan house). “Tenho a idéia de montar um
curso de informática básica para as crianças
mais carentes de Heliópolis”, conta Jefferson,
um dos sócios da lan house e fundadores da Rádio
Comunitária Heliópolis, em 1992.
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