bairro educador
18/12/2007

Estudantes de Heliópolis tornam-se comunicadores populares


Heitor Augusto

O conceito de bairro educador, que realça a importância de integrar ensino e comunidade, ganhou mais uma iniciativa em Heliópolis, maior favela da cidade de São Paulo com 125 mil habitantes.

Trinta estudantes, da 7ª série ao 1° ano do Ensino Médio, das quatro escolas públicas do bairro participam da 2ª edição do Correio da Cidadania, curso voltado para a formação de jovens repórteres populares. Como redigir uma notícia, relacionar acontecimentos e entender as necessidades de Heliópolis são alguns dos conceitos abordados. O objetivo é que, após a edição, os adolescentes escrevam para os próprios veículos da comunidade.

Além das aulas, estão previstas visitas a aparatos culturais da cidade (cinemas, teatros, livrarias, museus). A segunda aula foi uma visita à avenida Paulista. Na seleção para o curso, 120 jovens visitaram a USP (Universidade de São Paulo) e escreveram uma redação relatando a experiência. O Correio da Cidadania surgiu de uma parceria entre a Oboré, empresa que atua em comunicação popular, e a Unas (União de Núcleos, Associação e Sociedade dos Moradores de Heliópolis e São João Clímaco).

Lan house cede computadores
Onde os estudantes iriam exercitar o que aprenderam no curso? Quais computadores utilizariam para escrever? Os laboratórios das quatro escolas (EE Prof. Ataliba de Oliveira, EE Manuel Lacerda Vergueiro, EM Gonzaguinha e EM Campo Salles) não atendem a demanda. Todos têm algum tipo de problema: ou infiltração no teto, ou laboratórios de informática fechados, ou computadores sem conexão a internet.

A Emotion, uma das 30 lan house do bairro, entrou na parceria e cedeu as manhãs de domingo para o acesso das crianças. Parceiros da Oboré adotaram os 30 estudantes doaram R$ 10 a cada um. Com isso, tornam-se responsáveis em trocar e-mails com os adolescentes sobre as experiências deles nas aulas, o que exercita a escrita.

Para usar os PCs, o aluno recebe uma cartela com direito a doze horas gratuitas de acesso (dez foram bancadas pelo seu “tutor” e duas cedidas pela lan house). “Tenho a idéia de montar um curso de informática básica para as crianças mais carentes de Heliópolis”, conta Jefferson, um dos sócios da lan house e fundadores da Rádio Comunitária Heliópolis, em 1992.

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