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Heitor Augusto
Em São Paulo, apenas 3,9% dos negros que participam
da PEA (População Economicamente Ativa) têm
ensino superior. O número é 4,8 vezes menor
em relação aos não-negros. A desigualdade
no estado é a pior entre as seis maiores metrópoles
brasileiras, aponta o estudo “Escolaridade e Trabalho:
desafios para a população negra nos mercados
de trabalho metropolitanos”. O estudo foi elaborado
pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística
e Estudos Socioeconômicos).
A maioria dos negros na PEA (60,3%)
tem o ensino fundamental incompleto. Já entre os não-negros,
grande parte da força de trabalho é composta
por quem tem ensino médio completo e superior incompleto
(42,6%).
Os dados do Dieese mostram que a taxa
de desemprego entre os trabalhadores com ensino superior é
bem inferior a outros níveis de escolaridade, seja
entre negros ou não. Enquanto a porcentagem de desempregados
entre quem tem ensino fundamental completo e ensino médio
incompleto é de 22,4%, para os com ensino superior
a taxa é de 5,8%.
Negro ganha a metade
A renda média do homem negro em São Paulo representa
54,6% dos não-negros. É o segundo pior índice
do país. Quando se compara a mulher negra com o homem
não-negro, a renda cai mais ainda: 37,6%.
Os negros também são
maioria entre os trabalhadores em situação vulnerável
(categoria que inclui assalariados sem carteira assinada,
autônomos que trabalham para o público e empregados
domésticos). 38,7% dos negros estão nessa condição,
enquanto entre os não-negros não passa de 28,8%,
diferença 10,1 pontos percentuais. Neste índice,
São Paulo só perde em desigualdade para Salvador,
cuja diferença é de 16,1 pontos percentuais.
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