Prefeitura
vai implantar em junho adesivo que mostra para usuário
o nível de adaptação para deficientes
físicos em São Paulo
Keila Baraçal
A partir de junho, o nível de acessibilidade dos estabelecimentos
comerciais de São Paulo poderá ser visto por
selos. Serão cinco níveis, representados por
cinco estrelas, que servirão para mostrar o preparo
dos locais para receber os deficientes. Arquitetos e engenheiros
estão sendo preparados pela prefeitura.
De acordo com Renato Baena, secretário
da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, o selo
de acessibilidade é diferente do que já existe.
O antigo serve para avaliar se o estabelecimento está
apto ou não para receber os deficientes. Já
o novo servirá para reconhecer e materializar os esforços
feitos pelos empresários. “Nenhum estabelecimento
está 100% apto para receber deficientes, mas nós
temos que informar esta evolução”, disse.
A colagem dos adesivos é uma
adesão voluntária dos empresários e um
trabalho que vem sendo planejado pela administração
há mais de dois anos. “Já demos cursos
para os arquitetos e engenheiros da Prefeitura e, agora, estamos
treinando alguns multiplicadores (professores universitários).”
O curso oferece um software que permite a simulação
das necessidades dos deficientes.
Agências bancárias são
locais considerados avançados, porque já adaptaram
seus acessos aos deficientes. Os selos servirão de
exemplo para outros lugares. “Este é um elemento
de bons negócios e é um demonstrativo de responsabilidade
social. Hoje você tem que construir para várias
pessoas”, disse Baena.
E esta é justamente a idéia.
À medida que os locais ganharem notabilidade por meio
dos selos, haverá competitividade entre eles, de modo
que todos fiquem interessados em ter o mesmo nível
de qualidade. Ela será medida numa escala de cinco
estrelas. Cada uma delas apresenta um nível, pré-estabelecido
pela Prefeitura e acordado com o Conselho Regional de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia (Crea). “Já temos um
nível mínimo de classificação.
Um lugar que não tem nem rampa de acesso para cadeirante,
não atinge nem o primeiro nível”, explicou
o secretário.
Usuário
Silvana Cambianghi, arquiteta de 48 anos, considera positiva
a adaptação dos estabelecimentos para deficientes
físicos. “Um ambiente tem que estar preparado
para qualquer pessoa usar. Acho que o espaço fica mais
democrático.” A arquiteta, além de elaborar
projetos para deficientes, também os utiliza. Ela é
dependente da cadeira de rodas, após ter tido paralisia
infantil.
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