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“Eu sou DJ já organizei
raves e também já fiz uso de drogas (não
as uso há cerca de dois anos) e mesmo assim continuo
a tocar e a me apresentar em raves e adoro freqüentá-las.
O exemplo do rapaz citado não pode servir para demonizar
as raves, é perfeitamente possível freqüentá-las
sem se auto destruir. Algumas pessoas tem essa tendência
auto destrutiva, mas não são todas que vão
chegar ao fundo do poço, só peço responsabilidade
na hora de noticiar fatos ligados a raves.”
Pedro Volpe Neto, o DJ Volp
- rh@volpe.com.br
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“Ao ler este texto do Igor Nunes Marin sobre suas "viagens"
em raves e particularmente sobre o que ele fala sobre os jovens
de classe média "traficantes" que não
se acham traficantes, me lembrei de algo que aconteceu comigo
aqui em Londres.
Um amigo do meu marido passou
uns dias em Londres. Ao visitar o bairro de Camden Town, famoso
por ser "alternativo", ele ficou abismado com a
possibilidade de se comprar "poppers" em barraquinhas
na rua.
Os "poppers" são originalmente odorizadores
de ambiente, assim como o lança-perfume. Sua comercialização
e uso são proibidos no Brasil, mas não na Inglaterra.
As pessoas usam esses poppers em raves aqui e no Brasil do
mesmo jeito que o lança-perfume.
Nosso amigo ficou super empolgado com a idéia de comprar
"poppers" por um preço baixo para vendê-los
nas raves, que ele agora freqüentar ai em São
Paulo, por um preço muito maior e, com isso, faturar
um dinheirinho extra... Ele é como o Igor se auto descreveu:
jovem de classe média, freqüentador de academia,
mora com os pais, aparentemente "é de família",
trabalha, é formado, e em tese não precisaria
deste dinheiro extra…
Ao me contar todo empolgado sobre seu "mirabuloso"
plano, eu disse: “você não pode levar isso
para o Brasil, isso é ilegal no nosso país".
E ele me respondeu "ah, não pega nada, eu levo
bem escondido na bagagem".
Não ocorria na cabeça dele que essa atitude,
na verdade, resultaria em trafico de drogas! Eu, nada podendo
fazer, só pedi para que ele não arrumasse confusão.
Ainda bem que aquele era seu último dia em Londres,
pois no dia seguinte ele estava embarcando de volta para São
Paulo e não deu tempo dele voltar a Camden Town.
Eu tenho 29 anos, sou casada e sem filhos. Muitos de nossos
amigos pertencem à classe media paulistana, de onde
também viemos meu marido e eu. Eu fico impressionada
e triste ao ver diante de meus olhos a maneira como muitos
dos jovens da minha geração estão perdendo
totalmente "as estribeiras", ultrapassando os limites
a todo o momento, mas sem ter idéia real do que isso
significa. É como se fossem adolescentes tardios, que
não enxergam as conseqüências de seus atos.
E é essa geração que deveria estar se
preparando para assumir os postos de governantes, empresários,
e lideranças de nosso país. Enquanto isso, as
velhas lideranças mofam em suas cadeiras sem ter ninguém
que os substitua.”
Soraya Leite -
soraya.leite@skanska.co.uk
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