Carolina Lopes
Andar pelas ruas da vila Olímpia
e não ser visto tornou-se praticamente impossível. Metade
da área que compreende a Avenida das Nações Unidas, da Juscelino
Kubscheck, da Santo Amaro e da Bandeirantes é monitorada por
câmeras. Quem controla o sistema são as empresas da região,
que custeiam todo o equipamento. As câmaras, que são móveis
(conseguem acompanhar os movimentos de transeuntes) estão
interligadas num sistema único, em que há uma central faz
o monitoramento 24 horas por dia.
Todo esse cuidado com a segurança
é devido à alta concentração de renda da região, que tem uma
grande quantidade de multinacionais. A área monitorada é responsável
por nada menos do que 3% do PIB brasileiro. Só as empresas
Microsoft e Nestlé, juntas, respondem por 1,5% do PIB do país,
segundo o Presidente do Conseg da região, Ernani Coelho.
Inicialmente as câmeras foram
instaladas para proteger os empresários nos prédios.
Com o aumento constante de roubo de laptops e assaltos relâmpagos,
o sistema passou a ser voltado também para a rua. A cada mês
são instaladas por volta de três câmeras. Segundo Ernani,
o índice de homicídio do bairro hoje é quase zero.
Com isso houve uma aproximação
do empresariado com a comunidade local. Reuniões mensais são
realizadas para articular parcerias que revertam em melhorias
para a região. As empresas ficam responsáveis pela segurança
e, a comunidade, por sua vez, contribui com trabalhos como
conscientização a respeito da segurança, da necessidade de
articulação local e de coleta seletiva de lixo.
|