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A produção de lixo na capital caiu 12,1%,
segundo o Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana), de 2002
para 2003. No ano passado, a somatória do lixo coletado
em casas, estabelecimentos comerciais que produzem até
200 litros por dia, feiras e ruas representou 3,55 milhões
de toneladas. Segundo cálculos da prefeitura, a projeção
para 2003 é de 3,1 milhões de toneladas.
O percentual de queda não é
novidade nos últimos cinco anos. Mas a curva descendente
da produção de lixo não passava dos 3,2%
antes da implementação, neste ano, da taxa do
lixo.
Para o diretor do Limpurb, Fábio
Pierdomenico, a taxa do lixo e a conscientização
da população foram "fatores significativos"
para a queda na produção. "A queda vem
ocorrendo nos últimos anos, mas não de forma
tão drástica", explicou Pierdomenico.
Segundo a prefeitura, a projeção
para a produção de lixo foi calculada com base
na média coletada nos últimos 11 meses. O número
não inclui a coleta seletiva -que representa um total
de 656 toneladas por mês, desde que o programa foi iniciado,
em setembro. A prefeitura levou em conta que, em dezembro,
a produção de lixo aumenta porque é um
período de festas e por causa do 13º salário.
Especialistas relacionam a queda da
produção à falta de dinheiro. Para Miguel
de Oliveira, da Associação dos Executivos de
Contabilidade e Finanças, a desaceleração
da economia, em 2003, foi mais forte que no ano anterior.
Segundo ele, a renda do paulistano caiu 15% nos últimos
12 meses. No ano passado, a renda caiu 5%. Já o desemprego
foi de 12,79% em 2003 contra 11% no ano passado. "As
pessoas estão comprando o básico. Não
desperdiçam e produzem menos lixo."
O economista William Eid, da Fundação
Getúlio Vargas, tem a mesma opinião. "Pode
até ter um fator a mais para a queda da produção
do lixo, mas o mais significativo é a falta de dinheiro."
Reciclagem
Morador do Parque Peruche, na zona norte da capital, o aposentado
Alcides Pereira, 63, diz que "há tempos"
controla seus impulsos na hora de fazer as compras. "Não
dá mais para comprar tudo o que a gente quer",
diz o aposentado.
Embora o caminhão da coleta
seletiva não passe na rua onde Pereira mora, diariamente
ele separa latas, plásticos, vidro e papel seco, recolhidos
por um catador.
Perto dali, na Casa Verde, o funcionário
público Ademir Rosa, 50, diz que seus vizinhos também
fazem reciclagem. "Com isso, o que sobra para o caminhão
[convencional] pegar é pouco", disse ele.
As informações são
do jornal Agora.
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