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Uma discussão sobre
um radar móvel na zona leste de São Paulo terminou,
na madrugada de ontem, com a morte do comerciante Samuel Escobar
Carrasco, 31. Ele foi atingido por um tiro disparado por um
sargento da Polícia Militar, que fazia bico ilegalmente
como segurança da empresa responsável pelo radar.
O carro do comerciante já havia sido multado, no último
mês, duas vezes na mesma avenida.
O sargento Carlos Roberto Valereano,
47, fugiu do local do crime. Ele se apresentou ao 62º
DP (Ermelino Matarazzo) cinco horas depois e foi indiciado
por homicídio doloso (com intenção),
mas não foi preso. Ele foi poupado da prisão
em flagrante por ter, segundo a polícia, procurado
a delegacia, por confessar ter atirado no comerciante e por
ter entregue a arma usada no crime, um revólver calibre
38.
De acordo com a mulher do comerciante,
Rita de Cássia Paganini, 24, que estava no carro com
ele, Carrasco parou seu Vectra prata depois de perceber um
flash do radar. Ele iria,
segundo ela, reclamar contra a colocação do
radar de madrugada em uma área de alta periculosidade.
O limite permitido naquele trecho é de 50 km/h.
As análises iniciais
não localizaram no aparelho a imagem de nenhum Vectra
prata ultrapassando a velocidade máxima naquele horário
- mas apenas a de um veículo preto, a 61 km/h, cuja
placa está ilegível. Paganini afirma que seu
marido estava a 60 km/h.
Os radares móveis existentes
em São Paulo são operados pelo consórcio
Monitor, que é remunerado por "produção"
- recebe R$ 26,87 para cada multa registrada e paga pelos
motoristas.
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