|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
80% dos itens de marca própria de grandes redes são fabricados por indústrias de até médio porte
Pequenos são maiores fornecedores
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Não é só vender para o cliente
final que dá lucro quando se fala
em marcas próprias. Fabricar
itens para que o varejista estampe
o nome dele também pode ser
uma boa oportunidade de negócio para os pequenos fornecedores. Hoje cerca de 80% das mercadorias que levam a marca do ponto-de-venda são fornecidas por
indústrias de até médio porte.
Na opinião do coordenador do
Provar (Programa de Varejo), da
USP (Universidade de São Paulo),
Claudio Felisoni de Angelo, essa
estratégia permite aos pequenos
aproveitar a capacidade ociosa de
suas máquinas. Outros benefícios
são impedir o avanço da concorrência e afinar a rede de relacionamentos com diversos varejistas.
Entretanto ele também alerta
para alguns perigos: "De repente a
empresa fecha um contrato com
uma rede e decide investir no aumento de produção. Amanhã ou
depois, a parceria é desfeita, então
como é que fica? É preciso avaliar
bem os riscos", recomenda.
Alguns fornecedores levam tão
a sério a questão das marcas próprias que atualmente elas já representam mais de 60% do faturamento. É o caso da Cinalp, de Itupeva (a 75 km de São Paulo), que
produz achocolatados para redes
como Pão de Açúcar, Wal-Mart,
Sonae, Sendas e Macro.
"Viramos uma referência no assunto", afirma um dos sócios, José Carlos Coelho, 63. "Decidimos
apostar nas marcas próprias dos
outros porque estávamos encontrando muita dificuldade para posicionar a nossa", completa.
Exportação e marketing
Estampar o próprio nome nos
produtos, em geral, melhora a
credibilidade do fornecedor e ajuda a levar os seus produtos a outros mercados. No caso da Polares, fabricante de vassouras, rodos e escovas de São Paulo, o destino foi o Canadá. "Não tenho dúvidas de que a nossa experiência
com marcas próprias nos ajudou
a exportar", diz o gerente de marketing, Mauricio Victoriano, 49.
Do lado de quem vende esses
itens, se o produto com a marca
própria não acrescer credibilidade, no mínimo ajuda no marketing, acrescenta o coordenador do
Provar, Cláudio Felisoni.
A Casa Santa Luzia, tradicional
varejista dos Jardins, bairro nobre
da capital, é exemplo disso. Com
pouco poder de barganha com os
fornecedores -porque não compra em grandes quantidades-,
procurou aproveitar os benefícios
que uma marca própria traria.
Hoje, contando com os pratos
prontos e os pães que são produzidos internamente, cerca de
2.000 itens presentes nas gôndolas levam o nome da empresa.
A imagem de sofisticação do
empório foi transferida para os
itens vendidos, dizem os proprietários. Segundo o sócio Álvaro
Lopes, 78, muitos clientes dão
preferência aos artigos da marca
Santa Luzia, ainda que existam
opções de compra mais baratas.
Texto Anterior: Onda vai além dos supermercados Próximo Texto: Futuro parceiro é submetido a sabatina Índice
|