O
trabalhador brasileiro vai poder
comparar seu salário e suas condições de trabalho com profissionais
de outras regiões do país e, no futuro, com dados de trabalhadores
de 17 países.
O endereço
eletrônico www.meusalario.org.br, lançado ontem pelo Dieese
(Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos),
como parte das comemorações de 50 anos da entidade, vai permitir
essa comparação.
O site faz
parte do projeto "Meu Salário", coordenado pela Fundação Wage
Indicator, com apoio de duas universidades holandesas -o Instituto
de Estudos Avançados sobre o Trabalho de Amsterdã e a Escola
de Administração de Roterdã.
O trabalhador
que visitar o site pode responder a um questionário, que servirá
como fonte de dados para estudos sobre o mercado de trabalho.
"Nosso objetivo é reunir informações que possam servir de
subsídio aos sindicatos brasileiros e de outros países [onde
o site está em funcionamento] para permitir uma ação em conjunto
que possa aumentar os direitos dos trabalhadores", diz Clemente
Ganz Lucio, diretor técnico do Dieese. "No caso das multinacionais,
por exemplo, pode haver um intercâmbio de informações que
facilite as negociações."
Paulien Osse,
diretora da Fundação Wage Indicator, diz que o projeto nasceu
em 2000 na Holanda para comparar salários de homens e mulheres
e hoje reúne informações sobre 8.000 ocupações nos 17 países
que se integraram ao "Meu Salário".
"Estamos
em negociação até com a China", diz a diretora. "A participação
do Brasil nos ajudará a entender e pesquisar principalmente
o mercado informal de trabalho."
CLAUDIA ROLLI
da Folha de S.Paulo
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