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Apenas
14 escolas da capital paulista de um total de 1.197 -entre
particulares e públicas- tiveram um desempenho considerado
de bom a excelente, segundo levantamento inédito divulgado
ontem com base nos resultados do Enem (Exame Nacional do Ensino
Médio) de 2005. As escolas top do ranking tiveram médias acima
de 70 pontos na redação e na prova objetiva.
Critérios do Enem indicam que, com
até 40 pontos de acerto, o desempenho é considerado de insuficiente
a regular. Acima de 40 e até 70, o resultado é de regular
a bom. Acima de 70 pontos, o desempenho é de bom a excelente.
Entre as 14 unidades de ensino médio de São Paulo com médias
de bom a excelente, uma é federal (Centro Federal de Educação
Tecnológica), uma é estadual (Escola Técnica Estadual de São
Paulo), e 12 são particulares.
A maior média de 2005 é do colégio
Vértice, com 78,6 pontos obtidos na prova objetiva e na redação.
Segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais), só 62 estudantes do colégio fizeram o Enem
2005. O colégio Bandeirantes, que fica em segundo lugar, com
76,17 pontos, teve 530 alunos inscritos no exame. O terceiro
lugar ficou com o Móbile, com 75,34 pontos e 65 alunos. As
três escolas com maiores médias são particulares.
Mensalidade
A melhor escola privada de São Paulo, Vértice, aposta no acompanhamento
personalizado. A atenção -em período semi-integral ou integral-
tem custo alto: cerca de R$ 1.700/mês no ensino fundamental,
incluído o material.
O colégio no Campo Belo é um labirinto
de casas térreas e sobrados. São aproximadamente 700 alunos
da educação infantil ao ensino fundamental. As classes, com
cerca de 30 estudantes, são largas, com apenas três fileiras
de profundidade -ou seja, não há lugar para a "turma do fundão".
"A gente se denomina um pequeno grande
colégio", diz um dos diretores, Victor Koloszuk, ao citar
o pacto para que a escola não cresça além disso. Para os abonados
que estão do lado de fora do muro, lista de espera. Neste
ano, a Vértice completa 30 anos, com ensino fundamental desde
1988. Os números explicam a grandiosidade. No ano passado,
70% dos estudantes que prestaram vestibular para a USP passaram
para a segunda fase, sem cursinho. Desses, 50% foram aprovados.
"Temos um resultado bem acima da média, sem que essa seja
nossa finalidade", diz o professor.
Segundo ele, o mais importante é "preparar
para a vida". Além de uma orientação educacional que acompanha
as dificuldades e os interesses de cada um, os alunos participam
de aulas optativas que oferecem de cursos de artes e filosofia
a debates sobre a crise no Oriente Médio.
Para o professor, o Vértice tem um
lado mais humano e menos conteudista do que os tradicionais
colégios paulistanos.
Federais
As escolas técnicas são as exceções no ranking das tops do
Enem. Uma é federal (Centro Federal de Educação Tecnológica)
e a outra, estadual (Escola Técnica Estadual de São Paulo).
Para o diretor-geral do Cefet-SP, Garabed Kenchian, o bom
desempenho dos alunos das escolas técnicas e tecnológicas
ocorre porque esses estudantes aproveitam a estrutura montada
para os cursos de nível superior (como sistemas de informação
e eletrônica de sistemas digitais) oferecidos por esses centros.
No Cefet-SP, por exemplo, 30% dos professores têm mestrado
ou doutorado. Esses docentes dão aulas tanto no ensino médio
quanto nos cursos superiores. Além disso, os alunos podem
utilizar os laboratórios montados para os outros níveis de
ensino. Outro ponto que ajuda as escolas técnicas, segundo
Kenchian, é que a procura pelas vagas é alta, o que gera a
necessidade de fazer vestibulinhos. Assim, os centros conseguem
fazer uma seleção e pegar os melhores alunos.
CHRISTIANNE GONZÁLEZ
Folha de S.Paulo.
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