15
mil bolsas de iniciação à docência
serão divulgadas nesta quarta (12). CNTE considera
medidas insuficientes
Poucos dias após a divulgação do péssimo
desempenho dos estudantes do país em ciências,
matemática e leitura, de acordo com o Pisa (Programa
Internacional de Avaliação de Alunos) de 2006,
o Governo Federal decidiu pôr em foco a formação
de professores. Nesta terça-feira (11), o ministro
da Educação, Fernando Haddad, anunciou a criação
do “embrião do Sistema Nacional de Formação
de Professores”.
De acordo com o ministro, 15 mil bolsas de iniciação
à docência serão lançadas nesta
quarta-feira (12), para próximo ano. O número
de benefícios para 2009 já está estimado
em 20 mil.
Além desta medida, compõem esse “embrião”
o aumento de vagas em licenciaturas – cursos voltados
para a formação de professores – nas instituições
federais de ensino superior; a oferta de cursos de formação
de professores, principalmente de física, química
e matemática, nos Centros Federais de Educação
Tecnológica (Cefets); e a Universidade Aberta do Brasil
(UAB), programa que pretende oferecer cursos de formação
à distância para a docência.
Segundo o ministro, não basta que os docentes obtenham
seus diplomas, também é necessário avaliar
a qualidade dos cursos de formação. “Houve
uma proliferação de cursos em geral. O ministério
tem de fazer uma supervisão para encolher os cursos
que não oferecem qualidade e garantir a expansão
de outros, com qualidade”, disse.
A presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores
em Educação (CNTE), Juçara Maria Dutra
Vieira, discorda de parte das medidas. “As iniciativas
são positivas, mas são insuficientes para atender
às demandas de professores”, disse. Para Juçara,
as condições fundamentais para criar o interesse
no jovem de se tornar um professor, são a valorização
do salário e da carreira.
“Também somos contra a formação
superior de professores feita à distância, proposta
da Universidade Aberta do Brasil. A metodologia presencial
é melhor para a formação inicial”,
afirma.
Haddad participou, nessa terça-feira, de um seminário
da Associação Nacional dos dirigentes das Instituições
Federais de Ensino Superior (Andifes), em Brasília.
Também estiveram no evento os ex-ministros da Educação
Cristovam Buarque (PDT) e Paulo Renato Souza (PSDB).
Certificação de professores
O ex-ministro Paulo Renato defendeu durante sua apresentação
uma avaliação específica para professores.
“A avaliação poderia mostrar às
instituições de ensino o que se espera do aluno
formado por elas”, argumentou. A proposta é amplamente
criticada pela CNTE: “Os professores já são
avaliados ao final da faculdade e no ingresso no mercado em
concursos públicos”, diz Juçara.
A proposta pode ser discutida no ano que vem, segundo Haddad.
Mas ainda não há diálogo estabelecido
sobre esse tipo de exame.
Simone Harnik
Portal G1
Leia
o Plano de Desenvolvimento da Educação
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