Emprego garantido. Se o mote
soa falso ao ser usado à exaustão em anúncios
de universidades à caça de clientes, em certos
cursos de nível técnico está afinado
com a realidade. Em alguns módulos, a taxa de alunos
empregados após os estudos é de 100%, segundo
instituições.
Alguns deles são o de redes de computadores, do Senai
São Paulo, e o de qualidade e produtividade, do Cotil
Unicamp (Colégio Técnico de Limeira).
Mais do que o aquecimento da demanda, é a falta de
mão-de-obra que imprime o ritmo acelerado de contratações.
"Trata-se de um mercado totalmente carente de profissionais",
atesta o técnico Thiago Pereira, que concluiu o curso
de manutenção de equipamentos odonto-médico-hospitalares
do Senai há um ano. Por ser um setor de atuação
específico, explica Pereira, sobram vagas.
Escolha certa
O índice médio de permanência
no mercado de trabalho depois de formado também é
alto para os técnicos. No Senai São Paulo, beira
os 80%.
No Centro Paula Souza, é de 77% -dos quais 68% trabalham
com carteira assinada e recebem, em média, R$ 1.075
mensais. Sete em 10 egressos declaram ter facilidade em encontrar
e manter o emprego, segundo o Centro Paula Souza.
O técnico em radiologia médica Frank de Almeida
conseguiu emprego 14 dias após terminar curso no Senac-SP
(Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). "Percebi
que algumas áreas médicas tinham mais vagas
e escolhi a radiologia, que agrega computação."
A aposta foi certa. "O retorno do investimento foi mais
rápido do que esperava", diz Almeida, que agora
se matriculou no curso superior de tecnologia em radiologia
médica. "Quero começar a lecionar no curso
técnico neste ano", planeja.
No Cotil, o carro-chefe é a habilitação
técnica em qualidade e produtividade, em que todos
os formados estão empregados na área, segundo
levantamento feito com quem saiu da instituição
em 2006.
A aluna Paula Magrini, 18, conseguiu um estágio com
apenas quatro meses de estudos. "Interessei-me pelo anúncio
de uma vaga. Mandei meu currículo, mas não esperava
ser chamada tão rapidamente", conta.
Agora no terceiro ano do curso, Magrini afirma já
ter emprego após o período de estágio
e espera receber mais do que os R$ 1.000 estabelecidos como
piso da profissão. "Informei-me, e o salário
é de cerca de R$ 2.000", afirma.
Flávia Gianini
Com Igor Giannasi, colaboração para a Folha
Folha de S. Paulo
Áudio
dos comentários
|