Saúde, educação, cidadania e prazer. Tudo isso alcançado com
a simples ação de pedalar. Com as 20 bicicletas disponibilizadas
de graça no Parque Ecológico da Pampulha, em Belo Horizonte,
a população da capital mineira tem a possibilidade de atingir
tudo isso, aproveitando mais de 20 hectares de área verde
no meio do centro urbano.
As bicicletas fazem parte do projeto
piloto Bicicletas para todos, implementado pela prefeitura
em 2004. Desde então, as mesmas 20 bicicletas circulam pelo
parque. "Nunca foram registrados casos de roubos ou de vandalismo.
A população cuida das bicicletas como se elas estivessem no
quintal de suas casas", conta o responsável pelo projeto Luis
Marcio Viana, diretor da Fundação Zôo-Botânica, entidade que
administra o parque.
O projeto nasceu baseado no Plano
das Bicicletas Brancas, implementado em 1968 em Amsterdã,
capital da Holanda. Em um momento de agito político no país,
o grupo anarquista Provos teve a idéia de distribuir pelas
ruas da cidade uma série de bicicletas pintadas de branco.
Elas seriam usadas livremente pela população. Dessa forma,
o grupo pretendia criar um contraste com o princípio da propriedade
privada.
Quando chegassem ao destino, cada
um deixaria a bicicleta para outra pessoa utilizar. A ação
não foi bem aceita pelo governo, que recolheu as bicicletas
com a justificativa de que a ação seria um incentivo ao roubo.
O fundo político do projeto de Belo
Horizonte busca, se não revolucionar, tentar criar uma nova
idéia em relação aos meios de transporte usados pela população.
"Apesar da ação ocorrer em um pequeno refúgio, pretendemos
mostrar formas alternativas de locomoção, minimizando assim
o uso do carro", diz Viana.
Além disso, o programa busca tornar
o visitante um cidadão responsável por um bem público, pela
segurança dos que trafegam no local, bem como incentivar a
prática do respeito pelo coletivo ao devolver a bicicleta
no tempo determinado, para que as outras pessoas possam usufruir
delas.
Partindo dos mesmos conceitos de segurança
e responsabilidade, não foram adquiridas novas bicicletas.
"O parque recebe cerca de cinco mil pessoas aos domingos e
a rotatividade das bicicletas é praticamente constante. Mesmo
assim, o número de equipamentos não será alterado, pois é
direcionado para que as vias do parque sejam seguras tanto
para ciclistas, quanto para as outras pessoas. Assim apenas
essas 20 bicicletas podem circular no parque", explica o diretor
da fundação. Está em andamento um projeto para a ampliação
do local, que tem cerca de 30% do espaço originalmente projetado
disponível para a população. Caso ele seja colocado em prática,
novas bicicletas serão compradas.
Para que o visitante tome emprestado
a bicicleta é necessário apenas deixar o documento de identidade
com o funcionário responsável. A partir desse momento, cada
um tem 30 minutos para pedalar dentro parque. Caso o empréstimo
seja feito por um menor de 18 anos, o documento pedido é o
de seu responsável. Cada usuário recebe uma touca higiênica
e um capacete, além da orientação necessária sobre o uso correto
do equipamento.
As informações são
do site Aprendiz.
Professor
da estrada
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