Texto
exige mais estudos sobre as causas, aplicação
de medidas preventivas e maior atendimento psicológico
O Parlamento japonês aprovou ontem uma lei básica
para enfrentar a onda de suicídios que faz do Japão
o país com o maior índice deste tipo de morte
no mundo industrializado. A lei,aprovada ontem pelo Senado,
já havia obtido o apoio unânime na Câmara
Baixa. Esta decisão dá a exata medida do alarme
social criado no Japão após o aumento vertiginoso
de determinados tipos de suicídios, como os chamados
"pactos de morte" pela internet, em que várias
pessoas planejam uma morte conjunta. O suicídio entre
estudantes, por exemplo, teve um aumento de 9,8% em 2005.
Em seus principais artigos, a lei pede aos governos locais
que trabalhem com o Estado para aplicar medidas preventivas
nas instituições médicas, escolas e locais
de trabalho. Além disso, a lei exige a realização
de mais estudos sobre as causas dos suicídios, esforços
para garantir a estabilidade mental entre os trabalhadores
e estudantes, além do aumento de postos de atendimento
médico e psicológico. A lei também promove
a assistência aos sobreviventes e aos parentes de pessoas
que se suicidaram.
O texto aprovado pede ao governo que formule uma política
de prevenção e apresente um relatório
anual sobre suicídios ao Parlamento. A norma solicita
também a criação de um gabinete governamental,
que aplique e supervisione as medidas propostas pela nova
lei.
A Organização Mundial da Saúde indicou
que o Japão é o país com o maior número
anual de suicídios, com 24,1 casos para cada 100 mil
pessoas. Só em 2005, 32.552 pessoas se suicidaram no
país, 0,7% a mais que em 2004. As razões são
variadas: competição nas escolas e universidades,
dificuldades para achar trabalho e pressão de uma sociedade
rigorosa. Segundo o governo, 70% dos suicídios de 2005
foram cometidos por homens.
As informações são do jornal O Estado
de S. Paulo.
|