Escassez
de capital e carga tributária alta são os principais
motivos do mau desempenho do País
O Brasil é o 39ª no Índice de Competitividade
(IC) da Fiesp, constituído de 43 países, cujo
resultado a entidade apresentou hoje. Só está
à frente de Colômbia, Índia, Turquia e
Indonésia. Escassez de capital e elevada carga tributária
são os dois principais motivos do mau desempenho brasileiro,
segundo José Ricardo Roriz Coelho, diretor do Departamento
de Competitividade e Tecnologia da Fiesp. Mas o País,
que mantém a mesma colocação no ranking
desde 2001, poderia ganhar até 9 posições
caso adotasse uma série de medidas, como diminuição
dos juros, redução de carga tributária
e dos gastos públicos, além de aumento das exportações
de manufaturados e investimentos em educação.
As metas sugeridas pela Fiesp nessas áreas, se atingidas,
aproximariam o Brasil de países de desenvolvimento
médio, como Argentina, Rússia e Portugal, e
o levariam a superar o México e o Chile no IC: “Se
a gente não atacar de frente esses problemas, dificilmente
teremos um crescimento sustentável”, afirmou
Roriz.
O Índice avaliou 25 mil dados relativos aos anos de
1997 a 2003. Em 1998 o Brasil estava na 38ª posição
e em 1999 chegou à 41ª - sua pior marca entre
1997 e 2003. Entre 2002 e 2003, o País melhorou em
alguns pontos, como investimentos em pesquisa e tecnologia,
diminuição do risco do sistema financeiro, produtividade
industrial, alfabetização e balança comercial
em relação ao PIB. Mas não avançou
tanto quanto outros países e portanto acabou se mantendo
na mesma posição. O desempenho piorou em relação
a taxa de juros de depósito, investimento, juros de
curto prazo, carga tributária (que aumentou) e crescimento
do PIB.“Para termos um crescimento de 5% ao ano precisamos
investir 25% do PIB. Este ano, (o investimento) ficará
em torno de 19% a 20%”, disse Roriz. “Com esse
nível de investimento, o crescimento fica em torno
dos 3,5%” .
A Fiesp apresenta no próximo mês uma agenda
mínima para o País, com base nos dados e avaliações
do IC, entre outras fontes. Estados Unidos, Suécia,
Suíça, Japão e Singapura aparecem como
os mais competitivos do ranking.
Marcos de Moura e Souza
Agência Indusnet/Fiesp
|