O
faro dos caça-talentos se aguça nesta época do ano, período
em que é aberta a temporada de procura pelos melhores universitários
e recém-graduados do país.
Do outro lado do balcão, estudantes preparam currículos e
sonham com a oportunidade de entrar em uma grande companhia
que ofereça status, aprendizagem, benefícios diferenciados
e um plano de carreira ascendente.
A Folha selecionou as melhores oportunidades e apresenta mais
de 9.000 vagas em áreas variadas.
Os que tiverem sorte podem conquistar um posto como o da administradora
de empresas Maria Carolina de Carvalho Rama, 25, que partiu
anteontem para os Estados Unidos, após um ano como trainee
da multinacional GE. "A experiência me trouxe exatamente o
que eu esperava. Além de todos os benefícios que tenho, surgiu
agora a chance de continuar o processo no exterior."
Recém-saído do programa de trainee da Ernst & Young, o advogado
Vitor Serafim, 25, foi promovido a assessor tributário. Ele
conta que a empresa pagou seu último ano de faculdade e ofereceu
cursos sobre finanças ministrados por profissionais renomados
da área. "Essa experiência mudou a minha vida", avalia.
Um dos programas mais concorridos serve de termômetro para
o aumento da busca de formandos por uma vaga de trainee. Há
oito anos, o número de candidatos ao processo da Unilever
não chegava a 3.000. No ano passado, esse volume atingiu 40
mil. A seleção também mudou de lá para cá. Longe da internet,
naquela época, as inscrições ainda eram feitas manualmente.
Entre os candidatos de 1997, 32 abocanharam a oportunidade
-a Folha localizou alguns deles para saber o que aconteceu
em suas carreiras.
Humberto Andrade, 31, hoje gerente de comunicação para a América
Latina da Pirelli, é um dos ex-trainees. "Hoje, faria tudo
de novo e participaria de processos nas melhores empresas",
diz. Para Daniela Simi, 34, que trabalha hoje na Cambridge
Leadership Associates como gerente-geral para a América Latina,
contar com inglês fluente e estágios no currículo foi o seu
maior diferencial naquela época.
Douglas Campos, 32, diretor comercial da Autocam do Brasil,
considera uma vitória ter sido aceito no programa. "Era o
mais desejado e concorrido de todos."
Da casa
Os que ainda permanecem na multinacional -cerca de um terço
dos trainees- passaram por até seis postos de trabalho depois
de ter finalizado o programa. "Nestes oito anos estive em
cinco cargos e em quatro cidades, uma delas no Chile", resume
Fernando Ferreira, 31, gerente de suprimentos para a América
Latina.
Quando se inscreveu no processo, a psicóloga Paula Giannetti,
32, mal sabia o que era trainee, mas cedeu ao incentivo de
uma amiga. Hoje, no papel de gerente de recrutamento e seleção
da Unilever, é ela quem filtrará as 44 mil inscrições esperadas
para 2005.
ANDRESSA ROVANI
MARIANA BERGEL
da Folha de S. Paulo
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