Marina
Rosenfeld
Apesar dos centros universitários formarem cada vez
mais profissionais para o mercado de trabalho, eles ainda
contribuem muito pouco no quesito qualidade do ensino. Isso
é o que revelou recentemente uma pesquisa realizada
pela Faculdade de Educação (FE) da Universidade
de São Paulo.
De acordo com a pesquisa “Transformações
na Educação Superior brasileira: presença
e participação dos centros universitários
no estado de São Paulo”, as instituições
públicas de ensino ainda apresentam as melhores perspectivas
pedagógicas. Isso porque os centros universitários,
além de adotarem um sistema que é praticamente
uma continuação do ensino básico, investem
pouco em programas de iniciação científica,
algo comum nas universidades públicas.
São poucas as iniciativas pedagógicas, de forma
que o estudante tem uma grade horária fixa e simplesmente
freqüenta as aulas. O estudo ressalta que, apesar desses
centros atenderem bem aos “empresários da educação”,
falta um maior intercâmbio de conhecimentos, liberdade
na escolha de disciplinas e incentivo à pesquisa.
Segundo o levantamento, a possibilidade de criar e extinguir
cursos sem a autorização prévia do Ministério
da Educação, atrelada à demanda de mercado,
leva ao surgimento de uma série de cursos focados somente
na questão profissional. A qualidade, entretanto, fica
em segundo plano.
Porém, a pesquisa mostra um resultado positivo dessa
transformação na educação superior:
a valorização social dos estudos superiores
e a ampliação do acesso ao ensino.
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