Mais da metade dos latino-americanos entre 15 e 19 anos não
têm um nível adequado de educação
para conseguir um trabalho bem remunerado. No Brasil, o percentual
de jovens nesta situação é de 71,6%.
Os dados foram divulgados nesta segunda (27) pelo do BID (Banco
Interamericano de Desenvolvimento) e foram obtidos com base
em testes internacionais de desempenho realizados com os estudantes
da região.
O estudo aponta, no entanto, que os níveis de satisfação
dos jovens da América Latina com a educação
pública são altos, comparáveis aos de
nações desenvolvidas.
Países como a Venezuela, o Uruguai, Paraguai, a Bolívia,
Honduras e a República Dominicana indicaram níveis
de satisfação maiores que os do Japão,
apesar de os estudantes desses países terem obtido
uma pontuação 35% menor que a média obtida
pelos estudantes japoneses.
De acordo com o estudo, isso acontece porque as pessoas com
níveis menores de educação tendem a expressar
uma melhor opinião em relação à
qualidade dos serviços educacionais do que aquelas
com mais anos de escolaridade. À medida em que os países
melhoram o nível da educação, as críticas
aumentam.
No Brasil e no Chile, por exemplo, onde o rendimento dos
estudantes está entre os maiores da região,
os níveis de satisfação são menores.
No Brasil, a satisfação dos estudantes com a
educação ficou em 64%.
O estudo do BID também avalia que, apesar de terem
obtido avanços na área da educação,
os latino-americanos não estão colhendo os benefícios
de ter mais crianças matriculadas nas escolas, nem
do aumento no número de anos de estudo. Isso porque,
ao contrário de países da Ásia, por exemplo,
na América Latina o crescimento econômico tem
se baseado no aumento da força de trabalho, e não
na educação.
Segundo o BID, os índices de alfabetização
na América Latina duplicaram desde a década
de 30, e hoje estão em 86%. A media de anos de escolaridade
para a população maior de 15 anos, que em 1960
era de 3,5 anos, em 2000 era de sete anos.
"O acesso à educação primária
avançou consideravelmente, o que permitirá os
países da América Latina, quase sem exceção,
a alcançar em 2015 a Meta de Desenvolvimento do Milênio
de Educação Primária Universal",
diz o estudo.
O estudo do BID utilizou dados da Pesquisa Mundial do Instituto
Gallup, que entrevistou mais de 40 mil pessoas em 24 países
da América Latina e do Caribe, entre novembro de 2005
e dezembro de 2007.
O Ministério da Educação informou, por
meio de sua assessoria de imprensa, que considera os dados
do estudo do BID defasados. No entanto, avalia que as ações
que estão sendo desenvolvidas atualmente pelo PDE (Plano
de Desenvolvimento da Educação) têm como
objetivo sanar os problemas apresentados.
Uol
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