Para resistir
aos olhares suplicantes das crianças de rua que pedem
esmola, a escritora Patrícia Secco transformou-se em
uma biblioteca ambulante. Estende a mão e, no lugar
de dinheiro, entrega um livro infantil. "Eu fico com
a consciência tranqüila e as crianças sentem-se
satisfeitas."
Patrícia é daquele tipo de pessoa que não
gosta de dar esmola para crianças. "Elas acabam
viciadas em ser pedintes. Além disso, muitas delas
são exploradas por adultos", afirma. Mas a escritora
não consegue dizer não. "Eu fico me sentindo
culpada." Ela encontrou na literatura a solução
para o dilema de dar ou não dar esmola.
E esse jeito de substituir a esmola está começando
a se tornar um livro também: agora inspirando uma nova
história a ser publicada.
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