De quem
é a responsabilidade por um acidente de trânsito
em que os veículos estavam acima de 120 km/h, velocidade
máxima permitida em estradas brasileiras? A pergunta
do arquiteto e urbanista Nazareno Stanislau Affonso, 55, vice-presidente
da ANTP (Associação Nacional de Transportes
Públicos), poderia levar a uma resposta automática:
os culpados são os motoristas que desobedeceram a sinalização
e a legislação.
Affonso sugere uma discussão nova: esses veículos
foram fabricados e tiveram sua venda e sua circulação
autorizadas por governantes, mesmo sendo capazes de atingir
uma velocidade que, pelas regras vigentes, jamais poderia
ser desenvolvida. Por que liberar carros que atingem 200 km/h
se é proibido ultrapassar 120 km/h?
Essa será uma das questões que ele levará
para a mobilização pela paz no trânsito
que uma série de entidades fará depois de amanhã,
durante os eventos do Dia Mundial da Saúde, cujo tema,
neste ano, é a segurança viária.
Os acidentes de trânsito deixam 1,2 milhão de
mortos anualmente no mundo e 30 mil no Brasil. O urbanista
diz que a redução das vítimas passa necessariamente
pela fiscalização da velocidade e que os radares,
cuja imagem é rejeitada por usuários de carro,
são um "equipamento de cidadania".
Affonso, para quem a segurança do trânsito não
está entre as prioridades do governo federal, aponta
ainda uma idéia que será discutida e que, para
ele, substituiria a necessidade de radares: um dispositivo
a ser instalado nos veículos que impediria a ultrapassagem
de uma determinada velocidade.
As informações são
do site Aprendiz.
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