Um novo
"olho", desenvolvido por cientistas japoneses, deve
permitir, pela primeira vez, que pessoas cegas atravessem
ruas movimentadas em total segurança. O "olho
eletrônico", que é montado num par de óculos,
é capaz de detectar a existência e a localização
de uma faixa de pedestres e, ao mesmo tempo, medir a largura
da rua até a calçada mais próxima, além
de detectar a cor do sinal de trânsito.
Tadayoshi Shioyama, professor do Instituto de Tecnologia
de Kyoto e um dos criadores da novidade, disse que "a
câmera seria montada na altura dos olhos e contectada
a um pequeno computador". "Ela transmitiria informação
utilizando um sistema de comandos vocais e (o usuário
receberia a) informação por um fone posicionado
perto do ouvido."
A pesquisa sobre o aparelho será publicada na edição
desta sexta-feira da revista Measurement Science and Technology,
publicada pelo Instituto de Física da Grã-Bretanha.
Um passo a mais
O aparelho desenvolvido em Kyoto é o produto final
de uma pesquisa que tem como objetivo dar a cegos toda a informação
de locomoção necessária para cruzar uma
rua com a ajuda de somente uma pequena câmera.
No ano passado, os autores do estudo anunciaram que tinham
criado uma câmera, que, auxiliada por um computador,
era capaz de medir a extensão de uma faixa de pedestres
que tivessem o tamanho de até um passo e, ao mesmo
tempo, detectar a cor dos sinais de trânsito. Ela não
dava, no entanto, uma informação crucial: onde
ficava a faixa.
Com o novo "olho eletrônico", a extensão
de uma faixa de pedestres é medida por projeção
geométrica: a câmera faz uma imagem das linhas
brancas pintadas na rua e as distâncias são determinadas
com base nas propriedades das figuras geométricas vistas
na imagem.
Experiências realizadas por Shioyama e seus colegas
revelaram que a extensão da faixa poderia ser medida
com uma margem de erro de apenas 5% do comprimento total ¿
o que é menos de um passo.
Para o aparelho localizar o ponto exato da faixa de pedestres,
a equipe de Shioyama utilizou o sistema de cálculo
chamado de "projeção invariável",
que pega a distância entre as linhas brancas e um grupo
de pontos lineares no topo dessas linhas. Essa seria uma forma
precisa de detectar o que é ou não uma faixa
de pedestres numa dada imagem.
A técnica foi utilizada para analisar 196 imagens
e foi bem-sucedida em 194 delas. Nas duas imagens em que o
sistema errou, ele disse que não existia uma faixa
de pedestres onde na verdade havia uma.
As informações são
da BBC Brasil. |