Empresas
com maior número de mulheres em cargos de comando apresentam
maior lucro do que aquelas chefiadas predominantemente por
homens. É o que comprova a primeira edição
da pesquisa "Mulheres na Empresa", da Fundação
Dom Cabral, de Belo Horizonte. O levantamento sobre o ambiente
corporativo nas 500 maiores empresas do país (selecionadas
no ranking da revista "Exame") mostrou a dimensão
da prevalência de gênero no comando dos negócios
no Brasil: apenas 2% da lista têm mulheres em posto
de presidência.
Um levantamento realizado pela ONG norte-americana Catalyst,
especializada em estudar a participação das
mulheres no mercado de trabalho, indicou que, entre as 353
maiores empresas apontadas pela revista "Fortune",
as que têm um maior número de mulheres no comando
lucraram cerca de 35% a mais do que as concorrentes menos
diversificadas. Esse resultado, diz a Catalyst, é devido
à heterogeneidade de visões e pensamentos que
a mistura dos sexos proporciona.
Segundo outra pesquisa, "Perfil Social, Racial e de
Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e Suas Ações
Afirmativas", realizada pelo Instituo Ethos em 2003 e
divulgada no mês passado, não basta a mulher
estar mais presente no mercado de trabalho para que sua situação
esteja melhor: apenas 9% ocupam cargos de direção,
elas são 18% entre gerentes e 28% entre supervisores.
Apesar de não estarem ocupando os cargos mais altos,
segundo a Fundação Seade, o contra-senso é
que as mulheres saem cada vez mais de casa para trabalhar.
Nunca foi tão grande a participação delas
no mercado: no Estado de São Paulo, chega a 55%. Segundo
estimativas do IBGE para 2004, a participação
feminina na PEA (População Economicamente Ativa)
brasileira dobrou de 1970 para cá, passando de 21%
para 45,3%, o equivalente a 37 milhões de trabalhadoras.
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